sexta-feira, 31 de março de 2006

Homero Dornellas

Homero Dornellas, compositor, instrumento e professor nasceu no Rio de Janeiro-RJ em 14/12/1901 e faleceu em 28/12/1990. Filho do maestro Sofonias Dornellas, estudou piano e teoria musical com o pai e uma tia, dos sete aos 14 anos.

Em 1916 ingressou no I.N.M., do Rio de Janeiro, na classe de Frederico Nascimento, cursando teoria, solfejo e física acústica. Cinco anos depois, abandonou o piano para dedicar-se exclusivamente ao violoncelo, estudando com Eurico Costa. Foi também aluno de harmonia de Nevvton Pádua e Paulo Silva, e de composição de Lorenzo Fernandez.

Em 1923 passou a atuar como violoncelista em diversos conjuntos sinfônicos e camerísticos, como o da Sociedade de Concertos Sinfônicos, Orquestra Arcângelo Corelli e Orquestra do I.N.M. Paralelamente, tocava em cinemas, acompanhando filmes mudos, em teatros de revista, restaurantes, serviços religiosos e em circos, o que deu origem à sua ligação com a música popular.

Data de 1923 sua primeira composição, Parisete, feita em parceria com o pai, que usava o pseudônimo de Sallendor. Em 1926 passou a se dedicar a composições populares, escrevendo sambas, marchas carnavalescas e foxes, sendo, inclusive, convidado, dois anos depois, para supervisionar e revisar os trabalhos de orquestração, arranjo e harmonização de músicas para o Carnaval na Casa Vieira Machado.

Como compositor popular adotou o pseudônimo de Candoca da Anunciação, consagrando-se definitivamente em 1929 com o samba Na Pavuna (com Almirante), que foi grande sucesso no Carnaval de 1930. Lançado pela Parlophon com Almirante e o Bando de Tangarás, Na Pavuna foi o primeiro disco a reproduzir uma batucada, em estúdio, com instrumental de percussão semelhante ao usado nas ruas durante o Carnaval.

Três anos depois, a convite de Villa-Lobos, passou a trabalhar no SEMA, e em 1939 ingressou, por concurso, na Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro. Dois anos depois, licenciou-se dessa orquestra, transferindo-se para a Sinfônica Brasileira, a chamado de Eugen Szenkar, e em 1941 foi contratado como músico instrumentista da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro. No ano seguinte foi nomeado professor de canto orfeônico e matérias teóricas do Colégio Pedro II.

Deixou o SEMA em 1959 e a Rádio Nacional cinco anos depois, parando de lecionar no Pedro II em 1972. Publicou Orquestras em desfile, Rio de Janeiro, 1974 (que dá relação nominal dos músicos que integraram os diversos conjuntos atuantes no Rio de Janeiro de 1894 a 1974). Em sua carreira, usou ainda dos pseudônimos Romeoh Sallendor, Sallendor Filho e My Self.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

2 comentários:

  1. Tive a honra de ter sido aluno do Professor Homero Dornellas no Colégio Pedro II, na Seção Norte, na rua Barão de Bom Retiro, no Engenho Novo. Ele foi un incentivador da juventude a prática cultural. Organizou Jogos Florais, concurso de poesias.
    Excelente Professor.
    Presto a ele minha homenagem, "in memoriam".
    José Olavo Viana Leite

    ResponderExcluir
  2. Como são as coisas... Fui aluno do filho dele e colega de classe do neto, que leva seu nome, no mesmo Pedro II do Engenho Novo. Aliás, somos grandes amigos até hoje.

    ResponderExcluir