terça-feira, 4 de abril de 2006

Bando de Tangarás

Tangarás: caricatura de Nássara

Bando de Tangarás - Conjunto vocal e instrumental organizado no Rio de Janeiro RJ em 1929 por Almirante, pandeiro e vocal; João de Barro, violão e vocal; Henrique Brito, violão; Noel Rosa, violão; e Alvinho (Álvaro Miranda Ribeiro, Rio de Janeiro 1909-), violão e vocal. 


Surgiu como prolongamento do conjunto amador Flor do Tempo, criado por João de Barro, Henrique Brito, Alvinho e outros colegas do Colégio Batista, de Vila Isabel, Rio de Janeiro, no início de 1928; em julho, o grupo passou a contar com a participação de Almirante. Reunindo-se na casa de Eduardo Dale, animador do grupo, e apresentando-se em festas familiares, chegou a exibir-se em Vitória ES, a convite do governador.

No ano seguinte, quando recebeu proposta de gravação da Odeon, o grupo resolveu profissionalizar-se: selecionou elementos, convidou Noel Rosa - morador do bairro e já conhecido como bom violonista - e estreou com o nome de Bando de Tangarás, na Parlophon, subsidiária da Odeon, com o samba Mulher exigente (Almirante).

Noel Rosa e Bando de Tangarás em 1929: "Vamos Fallá do Norte".

Entre os diversos discos gravados desde então pela Odeon, destacaram-se o cateretê Anedota e a embolada Galo garnizé (ambos de Almirante); Festa de São João, cena regional de João de Barro em duas partes; e a célebre Na Pavuna (Almirante e Homero Dornellas), composta em fins de 1929 e grande sucesso do Carnaval do ano seguinte, onde apareceu pela primeira vez em disco uma batucada com tamborim, cuíca, surdo e pandeiro. Da gravação participaram ainda a pianista Carolina Cardoso de Meneses e o bandolinista Luperce Miranda.

Entre suas experiências e inovações, destacam-se a marcha Lataria (Almirante e João de Barro), gravada em 1930, com acompanhamento só de latas, e Eu vou pra Vila (Noel Rosa), acompanhada exclusivamente de pandeiros. O grupo chegou a incluir outros instrumentistas, como os violonistas Manuel de Lino e Sérgio Brito, e os garotos ritmistas Abelardo Braga e Daniel Simões. No mesmo ano participaram do filme Coisas nossas, produzido por Wallace Downey, cantando quatro músicas.

O Bando de Tangarás em 1930. Atrás estão João de Barro, Manoel Lino, Almirante, Luperce Miranda e Noel Rosa. Sentados, na frente, Sérgio Brito, Daniel Simões e Abelardo Braga.

O conjunto gravou até 1931, quando se dissolveu e seus integrantes prosseguiram carreiras individuais. Nesse mesmo ano, Alvinho estreou como cantor, lançando Bangalô, primeira composição gravada de Orestes Barbosa, realizada de parceria com Osvaldo Santiago. Durante a década de 1930, gravou ainda uma série de discos, afastando-se depois do cenário musical.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

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