sexta-feira, 28 de abril de 2006

Ò seu Oscar

Wilson Batista
Dizia Roberto Martins que o nome "Oscar" era muito usado na gíria do pessoal que freqüentava o Café Nice como designativo de indivíduo tolo, paspalhão. Daí o seu aproveitamento por Ataulfo Alves para batizar o marido enganado, personagem deste samba.

Mas, se pertence a Ataulfo o título e a segunda parte, é de Wilson Batista a idéia e o estribilho original da composição: "Cheguei cansado do trabalho / quando a vizinha me chamou / tá fazendo meia hora / que sua mulher foi embora / e um bilhete lhe deixou / o bilhete assim dizia / Não posso mais / eu quero é viver na orgia...".

Foi com estes versos, já musicados, que Wilson convidou Ataulfo para fazer a segunda parte.

Conta Bruno Ferreira Gomes (no livro Wilson Batista e sua época) que Ataulfo, notando um "buraco" entre o segundo e o terceiro verso, sugeriu a inclusão desse "Ó Seu Oscar" que, além de preencher o claro, acabou substituindo o título, que deveria ser "Está Fazendo Meia Hora".

Apesar da importante participação de Ataulfo, "Ó Seu Oscar" é uma composição bem típica de Wilson Batista, um perspicaz cronista dos pequenos dramas do cotidiano. Vencedor do concurso de sambas para o carnaval de 40, é cronologicamente o segundo sucesso de seu lançador, Ciro Monteiro.

Ó Seu Oscar (samba, 1940) - Wilson Batista e Ataulfo Alves - Intérprete: Ciro Monteiro

Disco 78 rpm / Título da música: Oh! seu Oscar / Ataulfo Alves, 1909-1969 (Compositor) / Wilson Batista, 1913-1968 (Compositor) / Ciro Monteiro (Intérprete) / Gravadora: Victor / Gravação: 12/09/1939 / Lançamento: 11/1939 / Nº do Álbum: 34515 / Nº da Matriz: 33157-1 / Gênero musical: Samba


--------G -------------------B7 ----Em-------------------------- B7
Cheguei cansado do trabalho /------ Logo a vizinha me chamou:
--------------C ---------D7 -----------G
Ò Seu Oscar / Tá fazendo meia hora
------------------E7---------- A7 -------------------D7
Que a sua mulher foi embora / E um bilhete deixou
----------------------------C --------------D7 ---------G
(Meu Deus que horror!) / --------O bilhete assim dizia:
-------------------------E7----- A7 --D7 ---G
Não posso mais. eu quero é viver na orgia!

--------D7---------------------- G
Fiz tudo para ver seu bem-estar
----B7--------------------------- E7
Até no cais do porto eu fui parar
------------Am -----------------------G
Martirizando o meu corpo noite e dia
-------------------A7 ------------D7---- G
Mas tudo em vão: ela é da orgia. (Parei!)



Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário