domingo, 12 de março de 2006

Bittencourt Sampaio

Bittencourt Sampaio (Francisco Leite de Bittencourt Sampaio), poeta, violonista e cantor, nasceu em Laranjeiras, província de Sergipe. Estudou Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo.

Sabe-se que gostava de fazer experiências de magia branca nas "repúblicas" ou casas de família, distraindo a todos com sua alegria e bom-humor. Promovia saraus literários e musicais e gostava de acompanhar-se ao violão.

Fez carreira política, chegando a administrar a província do Espírito Santo. Foi também diretor da Biblioteca Nacional. Escreveu em diversos periódicos da época, entre eles, a "República". Faleceu, no Rio de Janeiro, a 10 de outubro de 1895.

Autor da letra do famoso "Hino Acadêmico" da Faculdade de Direito. É dele também a letra de uma das modinhas mais conhecidas do Brasil: Quem sabe? (Tão longe de mim distante). Ambas em parceria com o maestro Carlos Gomes. Representante do romantismo literário no Brasil. O "Hino acadêmico" foi gravado em 1974, em versão instrumental, Editora Três - Companhia Brasileira de Discos Phonogram (Detsche Grammophon 2.530.506-B, 3).

Hino Acadêmico - Carlos Gomes e letra de Bittencourt Sampaio- Interpretação: Coral da Faculdade de Direito da USP


"Sois da Pátria a esperança fagueira, / Branca nuvem de um róseo porvir;
Do futuro levais a bandeira, / Hasteada na frente a sorrir.
Mocidade, eia avante, eia avante! / Que o Brasil sobre vós ergue a fé;
Este imenso colosso gigante / Trabalhai por erguê-lo de pé!

0 Brasil quer a luz da verdade, / E uma c'roa de louros também,
Só as leis que nos dêem liberdade, / Ao gigante das selvas convém!
Vossa estrela reluz radiante, / Oh! erguei-a vós todos, com fé,
Este imenso colosso gigante / Trabalhai por erguê-lo de pé!

É nas letras que a Pátria querida / Há de um dia, fulgente, se erguer,
Velha Europa, curvada e abatida, / Lá de longe que inveja há de ter!
Nós iremos marchando adiante, /Acenando o futuro com fé,
Este imenso colosso gigante / Trabalhai por erguê-lo de pé!

Orgulhoso o bretão lá dos mares / Respeitar-nos então há de vir,
São direitos sagrados os lares, / Nunca mais ousarão nos ferir.
Auriverde pendão fulgurante / Hasteai-o, mancebos, com fé!
Este imenso colosso gigante, / Trabalhai por erguê-lo de pé!

São imensos os rios que temos, / Nossos campos quão vastos que são!
As montanhas tão altas, que vemos, / De um futuro bem alto serão.
0 futuro não vai mui distante, / Já podeis acená-lo com fé,
Este imenso colosso gigante, / Trabalhai por erguê-lo de pé!

Nossos pais nos legaram guerreiros, / Honra a glória, virtude e saber;
Nós os filhos de pais brasileiros, / Pela Pátria devemos morrer!
Mocidade eia avante, eia avante! / Que o Brasil sobre vós ergue a fé!
Este imenso colosso gigante, / Trabalhai por erguê-lo de pé!"



Fonte: Dicionário Cravo Albin.

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