Henrique Foreis Domingues também conhecido como Almirante (foto) dizia que não chegou a se entusiasmar quando Homero Dornellas lhe mostrou o samba "Na Pavuna", pedindo-lhe para completar a letra e, possivelmente, gravá-lo com o Bando de Tangarás.
Depois, analisando melhor, ele concluiu que, apesar de seu aspecto simplório, a composição prestava-se muito bem para um tipo de acompanhamento, ainda inédito em gravações, e que consistia no uso de muita percussão, com instrumentos utilizados em blocos carnavalescos.
Depois, analisando melhor, ele concluiu que, apesar de seu aspecto simplório, a composição prestava-se muito bem para um tipo de acompanhamento, ainda inédito em gravações, e que consistia no uso de muita percussão, com instrumentos utilizados em blocos carnavalescos.
Foi assim que, em clima de grande animação, realizou-se a gravação deste samba com pandeiros, cuícas, tamborins, surdo e ganzá, percutidos por componentes de escolas de samba, gente que entendia do assunto.
O amplo sucesso de "Na Pavuna", a preferida do público no Carnaval de 30, veio provar que Almirante tinha razão ao levar para o estúdio aqueles instrumentos que, a partir daí, tiveram lugar certo nas orquestras brasileiras. O disco derrubou ainda um tabu, existente na época, de que o som de surdos e tamborins "sujava" as gravações. Detalhe curioso: "Na Pavuna" está classificado no selo do disco como "choro de rua no Carnaval".
Na Pavuna (samba/carnaval - 1930) - Almirante e Homero Dornellas - Intérpretes: Almirante e Bando de Tangarás
Disco 78 rpm / Título da música: Na Pavuna / Almirante (Compositor) / Homero Dornellas (Compositor) / Almirante (Intérprete) / Bando de Tangarás (Acomp.) / Gravadora: Parlophon / Nº do Álbum: 13089 / Nº da Matriz: 3179 / Gravação: 30/11/1929 / Lançamento: Janeiro/1930 / Gênero musical: Choro de Rua no Carnaval / Coleções: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi
D
Na Pavuna, bum, bum, bum
Na Pavuna, bum, bum, bum
------------------------B7- E7- A7- D
Tem um samba, que só dá gente reiúna
-------------B7---- E7---- A7------ D
O malandro que só canta com harmonia
--------------B7----- E7------- A7-- D---- D7
Quando está metido em samba de arrelia
---------G --------Gm---- D-------- B7
Faz batuque assim no seu tamborim
---------E7---- A7 --------D -------D7
Com o seu time enfezando o batedor
----------G ------Gm------ D------- B7
E grita a negrada vem pra batucada
------------E7-------- A7----------- D
Que de samba na Pavuna tem doutor
----------B7-------- E7 -----A7------ D
Na Pavuna tem escola para o samba
----------------B7------- E7--- A7-- D--- D7
Quem não passa pela escola não é bamba
------G------ Gm------- D----- B7
Na Pavuna tem canjerê também
------------E7------------- A7-------- D--- D7
Tem macumba, tem mandinga e candomblé
-----G-------- Gm------ D------ B7
Gente da Pavuna só nasce turuna
--------E7------ A7---------------- D
É por isso que lá não nasce "mulhé"
Fontes: A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS.
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