sábado, 8 de abril de 2006

Fernando Lobo

Fernando Lobo (Fernando de Castro Lobo), compositor, nasceu em Recife PE em 26/7/1915 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 22/12/1996. A mãe tocava bandolim e a tia, piano. Criado em Campina Grande PB, onde começou a estudar piano com Capiba, pai do famoso compositor do mesmo nome, voltou para Recife para estudar direito e passou então a ter aulas de violino e a atuar como crooner e violinista da orquestra Jazz Band Acadêmica de Pernambuco, que logo deixou.


Como cantor, gravou uma única música: Pare, olhe, escute e goste, frevo-canção de Nelson Ferreira, na Victor, também em 1936. Compôs sua primeira música em 1936, o frevo-canção Alegria, gravado por Nuno Roland, na Odeon, em 1940. Trabalhou na imprensa pernambucana antes de se mudar, em 1939, para o Rio de Janeiro RJ, onde continuou a carreira jornalística nas redações das revistas Carioca, O Cruzeiro e A Cigarra, e chegou a ser diretor da Rádio Tamoio.

Viajou em 1945 para os E.U.A., trabalhando nas cadeias de rádio e televisão CBS e NBC.

Em 1947 obteve sucesso com o samba Saudade (com Dorival Caymmi), gravado por Orlando Silva.

De volta ao Brasil, em 1949, teve sua composição Chuvas de verão gravada por Francisco Alves. No mesmo ano, Araci de Almeida fez sucesso com sua versão da rumba Nasci para bailar.

Para o Carnaval de 1950, lançou com Evaldo Rui, na voz de Linda Batista, Nega maluca, considerado um dos clássicos carnavalescos.

Nessa época fez parte, com Paulo Soledade e Carlos Niemeyer, entre outros, de um grupo de rapazes alegres e turbulentos, conhecido como Clube dos Cafajestes, e foi em memória a um dos componentes do grupo, o comandante Carlos Eduardo de Oliveira, da Panair do Brasil, morto em um desastre de avião, que fez, com Paulo Soledade, Zum-zum, gravado com grande destaque por Dalva de Oliveira e grande sucesso no Carnaval de 1951. Nesse ano já exercia o cargo de redator da Rádio Nacional, sendo colega de Haroldo Barbosa, Evaldo Rui e Renato Murce.

Compôs também, na década de 1950, alguns baiões (gênero que se tornou popular nesse período), tendo como parceiro Manezinho Araújo em A primeira umbigada, entre outros sucessos. Considerado o autor, em parceria com Antônio Maria, de outro samba-canção de muito sucesso na época - Ninguém me ama - ele declarou que a composição era apenas de Antônio Maria, entrando seu nome na parceria por um acordo no qual cedera a parceria para Antônio Maria num outro samba - Preconceito - gravado na outra face de Ninguém me ama por Nora Ney.

Em 1957 passou a trabalhar na televisão, além de continuar escrevendo na imprensa carioca, e teve uma seleção de suas músicas gravadas num LP da Copacabana - Músicas e poesias de Fernando Lobo - que contou com a participação de vários intérpretes. Classificou Diana pastora, em 1967, entre as finalistas do III FMPB, da TV Record, de São Paulo SP, festival do qual saiu vencedor seu filho Edu Lobo, com Ponteio.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

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