sexta-feira, 5 de maio de 2006

Juazeiro

Luiz Gonzaga
Como "Asa branca", "Juazeiro" é um tema popular adaptado por Luiz Gonzaga e Humberto teixeira. Simples, ingênua e de muito bom gosto, a letra (de Teixeira) transmite o lamento de um sertanejo, abandonado pela amada, que interroga a árvore, testemunha de seu amor: "Juazeiro seje franco ! ela tem um novo amô? / se não tem por que tu chora? / solidário à minha dô...".

O verbo "roer", que aparece em dois versos da canção, é muito usado no Nordeste com o significado de "remoer uma dor de cotovelo". Já a melodia aproxima-se do blues, com a sétima bemolizada - tão presente na música nordestina - e sua constante busca pela tônica.

Um clássico de nossa música popular, "Juazeiro" foi gravado indevidamente nos Estados Unidos,( segundo Humberto Teixeira) com título diferente e letra da cantora Peggy Lee, que alegou desconhecer a origem brasileira da composição. O fato repetiu em condições idênticas na França, onde transformou-se em "Le Voyageur".

Juazeiro (baião, 1949) - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Disco 78 rpm / Título da música: Juazeiro / Autoria: Gonzaga, Luiz (Compositor) / Teixeira, Humberto, 1916-1979 (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1949 / Nº Álbum 800605 / Lado A / Gênero musical: Baião

C7
Juazeiro, Juazeiro,
Me arresponda por favor
Juazeiro velho amigo
Onde anda meu amor?

F7     C7
Ai, Juazeiro
    G7            C7
Ela nunca mais voltou
F7      C7
Diz, Juazeiro
     G7        C7
Onde anda meu amor?

Juazeiro não te alembra
Quando nosso amor nasceu
Toda tarde a tua sombra
Conversava ela e eu

Ai, Juazeiro
Como dói a minha dô
Diz, Juazeiro
Onde anda o meu amô?

Juazeiro seja franco
Ela tem um novo amor?
Se não tem porque tu choras
Solidário a minha dor?

Ai, Juazeiro
Não me deixe assim doer
Ai, Juazeiro
Tô cansado de sofrer

Juazeiro meu destino
Tá ligado junto ao teu
No teu tronco tem dois nomes
Ela mesma é que escreveu

Ai, Juazeiro
Eu não guento mais doer
Ai, Juazeiro
Eu prefiro inté morrer


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

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