Manuel Henrique Pereira (1895 — 1924) conhecido como Besouro Mangangá. |
“Quando eu morrer / me enterre na Lapinha / calça-culote paletó almofadinha.”
Elaborado com um novo parceiro, o então iniciante Paulo César Pinheiro, “Lapinha” seria mais um afro-samba que Baden acrescentava ao seu repertório e, como tal, muito apropriadamente lançado pela melhor intérprete do gênero, a cantora Elis Regina, que o defendeu na Bienal. Mas, voltando ao pitoresco refrão, a Lapinha citada, informa mestre Caymmi, “é o Largo da Lapinha, local de Salvador onde se realizam festas cívicas, como o 2 de Julho, e que jamais foi cemitério”.
Deve ter entrado no samba por sua importância como lugar tradicional, além de ser uma boa rima para “almofadinha”. Aliás, a tal “calça-culote”, que completa o traje do defunto, seja uma possível corruptela de “calça, colete”. Já o mangangá, origem do apelido, é o nome de um vespão de ferroada dolorosa e, no Nordeste, também de um besouro grande que rói determinados tipos de madeira. É ainda usado, em sentido figurado, para designar indivíduo grande, mandão (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Lapinha (1968) - Paulo César Pinheiro e Baden Powell - Interpretação: Elis Regina
LP A Bienal Do Samba / Título da música: Lapinha / Baden Powell (Compositor) / Paulo César Pinheiro (Compositor) / Elis Regina (Intérprete) / Gravadora: Philips / Nº Álbum: R 765.044 L / Ano: 1968 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba / MPB / Folclore.
Lapinha (1968) - Paulo César Pinheiro e Baden Powell - Interpretação: Elis Regina
LP A Bienal Do Samba / Título da música: Lapinha / Baden Powell (Compositor) / Paulo César Pinheiro (Compositor) / Elis Regina (Intérprete) / Gravadora: Philips / Nº Álbum: R 765.044 L / Ano: 1968 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba / MPB / Folclore.
Tom: C A7 D7M Quando eu morrer Em7 A7 D7M Me enterre na Lapinha A7 D7M Quando eu morrer Em7 A7 D7M Me enterre na Lapinha B7/13 E7/G# A7/G D/F# Calça “culote", paletó, almofadinha. B7/13 E7/G# A7/G D/F# A7(b5) Calça “culote", paletó, almofadinha. Dm7 Dm7/C G7/B Sai, minha mágoa sai de mim Gm6/Bb Dm7 F Em7(b5) A7(b5) Há tanto coração ruim Dm7 Dm7/C Bm7(b5) E7(b9) Am7 Ai a verdade sempre dói B7/13b Em7(b5) A7(b5) E, às vezes, traz um mal amais. Dm7 Dm7/C G7/B Ai! Só me fez dilacerar Gm6/Bb A7(b5) Am7(b5) D7(b9) ver tanta gente se entregar Gm7 C7/9 F7M Mas não me conformei Bb7M Em7(b9) Indo contra a lei A7(b5) Am7(b5) D7 sei que não me arrependi Gm7 C7/9 F7M Bb7M Em7(b9) Tenho um pedido só o último, talvez, A7/13 Antes de partir. A7 D7M Quando eu morrer Em7 A7 D7M Me enterre na Lapinha A7 D7M Quando eu morrer Em7 A7 D7M Me enterre na Lapinha B7/13 E7/G# A7/G D/F# Calça “culote", paletó, almofadinha. B7/13 E7/G# A7/G D/F# A7(b5) Calça “culote", paletó, almofadinha.Letra
Quando eu morrer me enterre na Lapinha,
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Vai meu lamento vai contar
Toda tristeza de viver
Ai a verdade sempre trai
E às vezes traz um mal a mais
Ai só me fez dilacerar
Ver tanta gente se entregar
Mas não me conformei
Indo contra lei
Sei que não me arrependi
Tenho um pedido só
Último talvez, antes de partir
Quando eu morrer me enterre na Lapinha,
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Sai minha mágoa
Sai de mim
Há tanto coração ruim
Ai é tão desesperador
O amor perder do desamor
Ah tanto erro eu vi, lutei
E como perdedor gritei
Que eu sou um homem só
Sem saber mudar
Nunca mais vou lastimar
Tenho um pedido só
Último talvez, antes de partir
Quando eu morrer me enterre na Lapinha,
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Adeus Bahia, zum-zum-zum
Cordão de ouro
Eu vou partir porque mataram meu besouro
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