quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Irmãs Pagãs

Irmãs Pagãs - Revista Carioca - Edição de 25/07/1936.

Irmãs Pagãs - Dupla vocal formada pelas irmãs Rosina Pagã (Rosina Cozzolino), Itararé, SP - 1919 e Elvira Pagã (Elvira Cozzolino) Itararé, SP - 1920 - Rio de Janeiro, RJ - 8/5/2003.


As irmãs Cozzolino ainda na infância transferiram-se com a família para o Rio de Janeiro, onde passaram a estudar no colégio Imaculada Conceição, situado em Botafogo. Organizavam e participavam de muitas festas e, por intermédio de integrantes do Bando da Lua, passaram a conhecer alguns artistas da época.

Em 1935, apresentaram-se com os Anjos do Inferno na inauguração do Cine Ipanema, ocasião em que foram apresentadas por Heitor Beltrão como as Irmãs Pagãs. Foram levadas para a Rádio Mayrink Veiga pelo radialista César Ladeira, fazendo grande sucesso na década de 1930.

Em seu primeiro disco na Odeon, gravaram as marchas Não foi assim, de Antenógenes Silva e Osvaldo Santiago, e O carnaval é rei, também de Antenógenes em parceria com Ernâni Campos. Nesse mesmo ano, mais dois discos, dos quais se destaca a marcha Não beba tanto assim, de Geraldo Décourt, apresentada pela dupla no filme Alô, alô, carnaval, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro.

Em 1936, participaram do filme Cidade mulher, de Humberto Porto, onde apresentaram a música título (de Noel Rosa), cantando com Orlando Silva. Em 1937, gravaram sambas de Assis Valente, dentre os quais Se você me deixar, Oba oba, Tristeza e O samba acabou. Foram contratadas pela Rádio Nacional e, neste período, excursionaram por quatro meses pela Argentina, Peru e Chile.

Em 1938, passaram a gravar na Columbia, destacando-se o grande sucesso carnavalesco Eu não te dou a chupeta, de Silvino Neto e Plínio Bretas. Dentre os êxitos da dupla estão os sambas Nobreza, de Assis Valente, e a marcha Água mole em pedra dura, de Sátiro de Melo e Manuel Moreira, sucesso de 1940.

Com o casamento de Elvira, a dupla chegou ao fim, deixando um total de 13 discos gravados. Rosina seguiu carreira solo, tendo gravado mais 11 discos até 1946, entre eles a versão Chiu... chiu... (N. Molinari e Oswaldo Santiago) e participado de vários filmes como atriz. Ainda nesse ano, seguiu turnê em Cuba, EUA e México, cidade onde se casou e passou a residir.

Elvira Pagã seguiu carreira como estrela do teatro de revista, tendo gravado mais de dez discos entre os anos de 1944 e 1953, tendo destque o samba Na feira do cais dourado (Nelson Teixeira e Nelson Trigueiro). Alcançou grande notoriedade, sobretudo por sua atuação como vedete, sendo considerada uma das mais belas mulheres de sua época - os anos 40, 50 e até começo dos 60.

A partir dos anos 70, Elvira começou a pintar, passando logo depois a realizar temas esotéricos em seus trabalhos. Em meados dos anos 1990, demonstrando grande instabilidade de comportamento, ao alterar momentos de euforia com rasgos de ira, recusou-se terminantemente a fazer depoimento para o Museu da Inglaterra. Em 1979 Elvira Pagã foi homenageada com um rock da cantora Rita Lee.




Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

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