Lina Pesce - 1937 |
Em 1922 fez sua primeira composição, o tango-canção Quantas vezes, com letra em português escrita por seu pai, que assumiu o pseudônimo de Orfeu. São dessa mesma época seus tangos A vingança de Cupido, Compadrito, Esqueça-me, Fatalidad e Miente.
Em 1933 casou-se com Vicente Vitale, um dos fundadores da editora Irmãos Vitale, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu seus estudos de música, teoria, solfejo e harmonia com Lorenzo Fernandez e piano com Tomás Terán.
Em dezembro de 1937, ganhou o primeiro lugar no Concurso Oficial de Músicas Carnavalescas para 1938, promovido pela Divisão de Turismo e Divertimentos Públicos da Prefeitura de São Paulo, com a marcha Você gosta de brincar, gravada por Laís Marival em disco Columbia.
Em 1942 editou pela Irmãos Vitale seu choro Bem-te-vi atrevido, gravado pela organista norte-americana Ethel Smith e apresentada pela mesma no filme Dupla ilusão (Twice Blessed). A partir dessa aparição, a música ganhou novos registros nos EUA, e recebeu gravações na Argentina, Inglaterra, França, Itália, antiga U.R.S.S. e vários outros países.
No Brasil recebeu algumas dezenas de registros conhecidos, dos quais se destacam os de Irani Pinto, Carolina Cardoso de Meneses, Altamiro Carrilho, Sivuca e Heriberto Muraro. O sucesso inspirou-a a compor outros choros com nomes de pássaros: Pintassilgo apaixonado, Corruíra saltitante, Tangará na dança, Canarinho gracioso e Sabiá feiticeiro, todos editados nas décadas de 1940 e 1950 pela Irmãos Vitale e gravados por numerosos intérpretes, destacando-se Simonetti, Copinha, Carioca e Luís Americano.
Na década de 1950, compôs sambas-canções de grande aceitação, como Onde estará meu amor (gravado por Morgana, Dolores Duran, Elisete Cardoso e Agnaldo Rayol), Era uma vez (gravado por Carminha Mascarenhas e Morgana), Eu sou assim (gravado por Jairo Aguiar e Marion Duarte) e Este amor (gravado por Morgana e Paulo Queirós).
Em 1958, a Copacabana lançou um LP contendo exclusivamente composições suas executadas por Irani Pinto, intitulado Inspiração. No mesmo ano, ingressou na Academia Brasileira de Música Popular, possuindo até esse momento mais de 200 gravações divulgadas em diferentes países.
Em 1961 assinou contrato com a CBS, gravando como solista de piano três LPs: Valsas bem brasileiras (1961), com repertório de valsas de sua composição, Concerto em ritmo (1963), com clássicos da música erudita vertidos em ritmo dançante (os dois LPs com arranjos e regência de Lírio Panicalli), e Chorinhos bem brasileiros (1963), com arranjos e regência de Radamés Gnattali. A partir daí, afastou-se do meio artístico.
Em meados da década de 1970, voltou a residir em São Paulo, no bairro de Vila Mariana, restringindo suas aparições públicas a programas radiofônicos e reuniões musicais particulares, além de compor. Com a morte de Vicente Vitale, em 19 de setembro de 1980, abandonou definitivamente a carreira.
Obras: Baião concertante, baião, 1958; Bem-te-vi atrevido, choro, 1942; Canarinho gracioso, choro, 1958; Compadrito, tango, 1929; Corruíra saltitante, choro, 1948; Era uma vez, samba-canção, s.d.; Esqueça-me (c/Giacomo Pesce), tango, s.d.; Este amor, samba-canção, s.d.; Eu sou assim, samba-canção, s.d.; Miente, tango, 1929; Onde estará meu amor, samba-canção, 1958; Pintassilgo apaixonado, choro, 1947; Quantas vezes, tango-canção, 1927; Sabiá feiticeiro, choro, 1950; Tangará na dança, choro, 1942; Você gosta de brincar, marcha, 1939.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.
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