Chacrinha (1917-1988), nome pelo qual o irreverente comunicador pernambucano Abelardo Barbosa de Medeiros ficou conhecido a partir da década de 1940, quando, entediado com a mesmice da programação de rádio da época, criou um programa de Carnaval para a Rádio Clube de Niterói, instalada em uma chácara próxima ao cassino de Icaraí, chamado Rei Momo na Chacrinha.
A idéia foi o maior sucesso e, com o nome de Cassino do Chacrinha, introduziu o conceito de programa de auditório no país. Fez também um grande sucesso na televisão, onde começou a trabalhar desde os seus primórdios, comandando programas como Rancho Alegre e Discoteca do Chacrinha para a TV Tupi e a Rede Globo.
Com roupas espalhafatosas, a sua inseparável buzina e as sensuais chacretes (nome com o qual batizou suas dançarinas), atraiu também o interesse da intelectualidade, particularmente dos tropicalistas, que viam nele uma das mais perfeitas traduções da brasilidade (é citado, por exemplo, em Aquele abraço, de Gilberto Gil).
Quando morreu, uma multidão, calculada em 30 mil pessoas pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, se apertou pelos corredores do Cemitério São João Batista para se despedir do “Velho Guerreiro”.
Em 1997, sua viúva, Florinda Barbosa, lançou a biografia Quem não se comunica se trumbica, assim titulado em referência a um dos inúmeros bordões criados por Chacrinha.
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