quinta-feira, 11 de maio de 2006

O menino da porteira

Teddy Vieira
Um dos maiores compositores da música caipira, Teddy Vieira teria em "O Menino da Porteira" o seu primeiro grande sucesso. Cantada em como manda a tradição do gênero, a composição foi gravada pelo por Luizinho (Luís Raimundo) em dupla com Limeira (Ivo Raimundo), acompanhados por viola caipira de cinco cordas dobradas, violão e o som de um berrante de chifre de boi.

A letra conta a história de um boiadeiro que sempre presenteava com uma moeda um menino que lhe abria a porteira para dar passagem ao gado e sempre queria ouvir o berrante. Tempos depois o menino é morto por um boi e o boiadeiro nunca mais volta a tocar o berrante.

Em 1973, "O Menino da Porteira" ressurgiu em gravações de Tião e Pardinho e do ex-cantor da Jovem Guarda Sérgio Reis. O sucesso foi tão grande que Sérgio decidiu utilizar o poema como enredo de um solidificou sua carreira de cantor sertanejo.

O menino da porteira (cururu, 1955) - Teddy Vieira e Luizinho - Intérpretes: Luizinho e Limeira


A
Toda vez que eu viajava
                      E
Pela estrada de Ouro Fino
De longe eu avistava
                  A
A figura de um menino

Que corria abrir a porteira
                   E
Depois vinha me pedindo
Toque o berrante seu moço
          D     E     A
Que é pra eu ficar ouvindo
       D
Quando a boiada passava
                  E
E a poeira ia baixando
Eu jogava uma moeda
            A
Ele saia pulando
Obrigado boiadeiro
                        E
Que Deus vá lhe acompanhando
Pra aquele sertão afora
        D     E    A    (E A E A E A E A E A)
Meu berrante ia tocando

A
No caminho desta vida
                         E
Muito espinho eu encontrei
Mas nenhum caso mais fundo
                   A
Do que isso que eu passei

Na minha viagem de volta
                      E
Qualquer coisa eu cismei
Vendo a porteira fechada
     D    E        A
O menino não avistei
 D
Apeei do meu cavalo
                        E
Num ranchinho à beira chão
Vi uma mulher chorando
                     A
Quis saber qual a razão
Boiadeiro veio tarde
                     E
Veja a cruz no estradão
Quem matou o meu filhinho
        D   E       A  (E A E A E A E A E A)
Foi um boi sem coração
A
Lá pra banda de Ouro Fino
                 E
Levando gado selvagem
Quando passo na porteira
                 A
Até vejo a sua imagem

O seu rangido tão triste
                    E
Mais parece uma mensagem
Daquele rosto trigueiro
     D     E    A
desejando-me boa viagem
    D
A cruzinha do estradão
                       E
Do meu pensamento não sai
Eu já fiz um juramento
                   A
Que não esqueço jamais
Nem que o meu gado estoure
                     E
Que eu precise ir atrás
Nesse pedaço de chão
     D           E     A
Berrante eu não toco mais

( E A E A E A E A E A )


Fontes: A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Wikipédia.

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