quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Paraguassu

Paraguassu (Roque Ricciardi) nasceu em 25/5/1894 na cidade de São Paulo/SP e faleceu em 5/1/1976 na mesma cidade. Seus pais, italianos tinham seis filhos. Ele seria o terceiro da escadinha e o primeiro a nascer no Brasil.

O falecimento de seu pai, dono de armazém e ferraria, abalaria a tranqüila vida familiar e eis o menino Roque encaminhado ao trabalho, como tipógrafo, por pouco tempo, e como seleiro, por muitos anos, chegando a mestre no ofício. Desde criança empolgava-se ele com a música e, ainda imberbe, após o trabalho, já se apresentava em cafés-cantantes, em serestas e nas rodas boêmias, de violão em punho.

Na virada do século, São Paulo era "uma cidade italiana", mas ele, mesmo falando perfeitamente o italiano e conhecendo as canções da terra de seus pais, só cantava modinhas brasileiras. Em 1908, o grande Eduardo das Neves, em temporada paulistana, teve a oportunidade de ouvi-lo no Café Donato e o convidou para participar do espetáculo que daria. Foi uma data inesquecível para o menino de 14 anos.

Contava Paraguassu que, em 1912, fez suas primeiras gravações, para o selo Phoenix, em São Paulo, mas esses discos, entretanto não têm sido localizados por nenhum colecionador. Comprovadamente, gravou na Casa Edison, em 1926/27, um total de sete discos com 14 músicas, ainda no sistema acústico ou mecânico.

Em 1923, inaugurada a Radio Educadora Paulista, foi o primeiro artista contratado da emissora. Três anos mais tarde, acusado de plagiar a valsa A pequenina cruz do teu rosário (1), de Fetinga e Fernando Weyne, submeteu-se a uma ação judicial que repercutiu por todo o país, comprovando-se o plágio que havia sido por ele gravado como Cruz do rosário, na Odeon.

Tinha por companheiros Alberto Marino e Canhoto, o qual conhecera "em plena rua, numa seresta". Em 1927, grava dois discos com duas músicas na Odeon, no início do processo elétrico de gravações. Em 1929, é convidado para formar no elenco da novel Colúmbia, São Paulo, sob a direção artística do maestro Gaó, um rapaz de 20 anos.

Paraguassu, embora na casa dos 34 anos, já representava a "velha guarda". Até esse momento, tinha aparecido nos seus discos como Roque Ricciardi. Cansado de ser chamado de Italianinho do Brás, escolhe ser "o Paraguassu", fazendo questão sempre dos dois "ss": "Aos poucos notei que aquele Italianinho do Brás ganhara um sentido pejorativo e resolvi adotar um nome brasileiro. Recordando nossos episódios históricos, lembrei-me dos índios Caramuru e Paraguassu e escolhi este último, que aliás não era índio, era índia".

Paraguassu, após os citados discos na Odeon, permaneceria na Colúmbia de 1929 a 1937, tendo nesse período gravado 77 discos com 146 músicas. Foi a sua fase áurea. Suas gravações, em seguida, iriam se espaçar cada vez mais: na R.C.A. Victor (1938), Odeon (1938), Colúmbia (1939 e 1942), Continental (1945 a 1949). Todamérica (1953) e Chantecler (1960), numa soma geral, de 101 discos com 192 músicas, em 78 rpm. Gravaria ainda Lps. comemorativos, em 1958 e 1969.

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Fonte: Revivendo Músicas - Biografias.

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