quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Luís Cláudio


Luiz Cláudio (Luís Cláudio de Castro), cantor e compositor, nasceu em Curvelo MG em 22/3/1935 e faleceu em Guaratinguetá SP em 28/8/2013. Aos sete anos de idade aprendeu a tocar um cavaquinho que ganhara do pai. Durante um ano estudou música com o maestro Moacir Santos; aos 12 anos formou com alguns amigos o trio amador Trovadores do Luar, que se apresentava em festas e serestas locais.


Em 1949 viajou com o trio para Belo Horizonte MG, apresentando-se para um teste na Rádio Inconfidência, foram contratados. Na mesma época e na mesma rádio, foi aprovado como cantor num programa de calouros, passando a cantar músicas norte-americanas. A rua onde ela mora, com letra do irmão Antônio Maurício de Castro, foi sua primeira composição gravada, em 1952, em um 78 rpm da antiga Sinter.

Em 1955 deixou a Inconfidência, seguindo para o Rio de Janeiro com os jovens cantores que Osmar Campos Filho fora buscar em Minas Gerais para a Rádio Mayrink Veiga, e foi contratado graças à intervenção de Ciro Monteiro. É desse mesmo ano a gravação de Blim, blem, blam (com Nazareno de Brito), para a Columbia, destaque no Natal de 1955, que lhe valeu o Disco de Ouro do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, como revelação masculina do ano.

Em 1956 gravou na Columbia o samba-canção Joga a rede no mar (Fernando César e Nazareno de Brito), entre outras. No ano seguinte, na mesma gravadora, lançou a valsa Quero-te assim(Tito Madi) e o paso doble Anda, jerico (Osvaldo Santiago e Alcir Pires Vermelho).

Transferindo-se para a RCA Victor, gravou em 1960 o samba-canção Só Deus (Evaldo Gouveia e Jair Amorim) e o samba Menina feia (Oscar Castro-Neves e Luverci Fiorini), além de guarânias, baladas e marchas. No ano seguinte gravou Rancho das flores, letra de Vinícius de Moraes para a cantata Jesus alegria dos homens, de Johann Sebastian Bach (1685—1750); o rasqueado Amor desfeito (Getúlio Macedo) e Deixa a nega gingar (de sua autoria).

Em 1968 participou do III FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, interpretando Amada, canta (Luiz Bonfá e Maria Toledo), lançando no mesmo ano um LP juntamente com uma exposição de desenhos de sua autoria.

Foi formado pela Escola Nacional de Arquitetura, mas não exercia a profissão. Suas composições foram gravadas por Elizeth Cardoso, Tito Madi, Nara Leão, Mansa e Dick Farney, entre outros. Teve como principais parceiros Nazareno de Brito, Fernando César e William Prado.

Em 1973 esteve na Europa, participando de programas com a orquestra da O.R.T.F., e gravou novo LP na Odeon, com Estrada branca (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e Amo-te muito(João Chaves). Dois anos depois, pela mesma gravadora, lançou o LP Reportagem, com Rugas (Nelson Cavaquinho, Ari Monteiro e Augusto Garcez) e Onde eu nasci passa um rio (Caetano Veloso).

Em 1980, a convite do Brazilian American Cultural lnstitute, viajou para os EUA, percorrendo cerca de 15 universidades, em programa de divulgação da MPB. Lançou em 1983, pela Leo Christiano Editorial, um álbum duplo com músicas do folclore de Minas Gerais, Minas sempre- viva!, acompanhado de livro de arte com apresentação de Carlos Drummond de Andrade.

Em 2005, foi lançado pelo selo Revivendo o CD "Luiz Cláudio - Este seu olhar" com 18 obras gravadas por ele. Além da música título, de autoria de Antonio Carlos Jobim, estão presentes as músicas O galo cantou na serra, de sua autoria sobre versos de Guimarães Rosa, Folhas soltas, de Portinho e W. Falcão, Amo-te muito, de João Chaves, Mucama, de Gonçalves Crespo, Toada brasileira, de Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro, Vagalumeando, de Paulo Roberto, Na boca da noite, de Sérgio Bittencourt, Viola de bolso, de sua autoria sobre versos de Carlos Drummond Andrade, Rancho das flores, com letra de Vinícius de Moraes sobre tema de Bach, Quero-te assim, de Tito Madi, Menina, de Paulinho Nogueira, Onde eu nasci passa um rio, de Caetano Veloso, Estrada branca, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Joga a rede no mar, de Fernando César e Nazareno de Brito, Você vai gostar, de Elpídio dos Santos, Lugar tão lindo, de sua autoria, Marcos e Antônio Maurício, e Aperto de mão, de Horondino Silva, Jaime Florence e Antônio Adolfo.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998 (até o penúltimo parágrafo); Dicionário Cravo Albin (último parágrafo e data do falecimento).

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