Zé Menezes (José Menezes França), violonista, nasceu em Jardim (CE) em 6/9/1921. Começou a tocar profissionalmente aos 8 anos, quando ainda explorava o cavaquinho, em Juazeiro do Norte (CE).
Aos 11 anos era instrumentista da banda municipal, e trabalhou durante algum tempo como músico de cinema e bailes. No final dos anos 30 mudou-se para Fortaleza, onde trabalhou na Ceará Rádio Clube como violonista.
Em 1943 foi para o Rio de Janeiro a convite de César Ladeira, que o ouvira tocar em Fortaleza. Na então capital federal foi contratado da Rádio Mayrink Veiga, onde conheceu o sucesso como solista graças aos dois programas semanais que apresentava, tocando violão, cavaquinho, viola, guitarra, bandolim, violão tenor e banjo.
Em 1947 foi para a Rádio Nacional, onde tocou ao lado de Garoto. Como compositor, sua primeira música gravada foi Nova ilusão (parceria com Luís Bittencourt), pelo conjunto Os Cariocas.
Outros de seus sucessos foram Não interessa não, com Luís Bittencourt, gravado por César Ladeira e Heleninha Costa, Tudo azul, na interpretação de Zezé Gonzaga, Cinzas, cantada por Ernani Filho, Pau-de-arara, baião gravado por Carmélia Alves e outras composições, sempre em parceria com Luís Bittencourt.
Gravou vários discos como solista, alcançando o sucesso com suas interpretações de Copacabana (João de Barro e Alberto Ribeiro) e Um domingo no jardim de Alah (Lírio Panicali).
Viajou pela Europa com o Sexteto Radamés Gnattali em 1959, e formou o grupo Velhinhos Transviados, que gravou 13 LPs. Em 1995 lançou o CD Chorinho in Concert e em 1998 foi a vez de Relendo Garoto, só com músicas do violonista paulista com quem tocou com muito sucesso na década de 40.
Homem dos Mil Instrumentos
Chamá-lo de homem dos mil instrumentos nem chega a ser exagero. O cearense de Jardim, nascido em 1921, toca praticamente todos os de corda. Já atuou em dupla com o virtuose do violão Garoto durante o período áureo da Rádio Nacional, integrou o Quinteto do rigoroso Radamés Gnattali e reforçou os primeiros discos de Roberto Carlos tocando guitarra. Fez até a música de abertura do programa Os Trapalhões.
Onipresente nos bastidores de várias gerações (e estilos) da MPB, Zé começou muito cedo em um cavaquinho de uma corda só. Aos oito anos exibiu-se para o lendário Padre Cícero tocando sua composição Meus Oito Anos. Aprendeu requinta (um clarinete uma quinta acima), escalou o violão, o bandolim, o violão-tenor (quatro cordas) e não parou mais.
Ao lado de Radamés ao piano (e Vidal, baixo, Luciano Perrone, bateria, Chiquinho, acordeom), atuou com alguns dos principais intérpretes nacionais, mas nunca renunciou a sua assinatura pessoal. Compôs o samba-canção modernista Nova Ilusão (com Luiz Bittencourt), que se tornaria prefixo da primeira fase do grupo vocal Os Cariocas, em 1948, e também Comigo é Assim, outro sucesso do grupo (da mesma dupla) que Miúcha e Tom Jobim regravariam em 1977. Outras composições suas conseguiram projetar-se como Mais uma Ilusão, na voz de Nuno Roland, Castigo por Gilberto Milfont e Pau-de-Arara por Carmélia Alves. Seu estoque de choros instrumentais também é expressivo: Sereno, Vitorioso, Encabulado, Caititu, entre outros.
Aos 11 anos, músico de banda em Juazeiro, foi descoberto por César Ladeira quando tocava na Ceará Rádio Clube, em 1943. Contratado pela Rádio Mayrink Veiga carioca, ele passaria mais tarde para a Nacional onde se apresentou em dupla com Garoto. Trabalhou ainda com o tecladista Djalma Ferreira no conjunto Milionários do Ritmo, excursionou pela Europa a bordo do Sexteto de Radamés Gnattali (que começou como quarteto e chegou a Orquestra Brasileira de Shows com Zé, Garoto e Bola Sete nas cordas).
Gravou treze discos com o bem-humorado grupo de estúdio Velhinhos Transviados, que "envelhecia" (e envenenava com Menezes na guitarra) por meio de uma formação de bandinha do interior os sucessos das paradas, incluindo rock e derivados. Sua enorme carreira discográfica, no entanto, tem poucos solos como os dois LPs de dez polegadas registrados na Sinter no início dos 50 (Dançando com Zé Menezes, A Voz do Violão) e os mais recentes CDs Chorinho in Concert, na CID, de 1995, e Relendo Garoto, produzido por Pelão em 1998, no qual ele realiza o velho sonho do parceiro que desejava ver suas músicas reintepretadas por orquestra. E de quebra por um homem-orquestra, o gênio modesto Zé Menezes.
Tárik de Souza - ENSAIO - 22/9/1998
Fontes: ClicMusic; SESC-SP MPB.
Aos 11 anos era instrumentista da banda municipal, e trabalhou durante algum tempo como músico de cinema e bailes. No final dos anos 30 mudou-se para Fortaleza, onde trabalhou na Ceará Rádio Clube como violonista.
Em 1943 foi para o Rio de Janeiro a convite de César Ladeira, que o ouvira tocar em Fortaleza. Na então capital federal foi contratado da Rádio Mayrink Veiga, onde conheceu o sucesso como solista graças aos dois programas semanais que apresentava, tocando violão, cavaquinho, viola, guitarra, bandolim, violão tenor e banjo.
Em 1947 foi para a Rádio Nacional, onde tocou ao lado de Garoto. Como compositor, sua primeira música gravada foi Nova ilusão (parceria com Luís Bittencourt), pelo conjunto Os Cariocas.
Outros de seus sucessos foram Não interessa não, com Luís Bittencourt, gravado por César Ladeira e Heleninha Costa, Tudo azul, na interpretação de Zezé Gonzaga, Cinzas, cantada por Ernani Filho, Pau-de-arara, baião gravado por Carmélia Alves e outras composições, sempre em parceria com Luís Bittencourt.
Gravou vários discos como solista, alcançando o sucesso com suas interpretações de Copacabana (João de Barro e Alberto Ribeiro) e Um domingo no jardim de Alah (Lírio Panicali).
Viajou pela Europa com o Sexteto Radamés Gnattali em 1959, e formou o grupo Velhinhos Transviados, que gravou 13 LPs. Em 1995 lançou o CD Chorinho in Concert e em 1998 foi a vez de Relendo Garoto, só com músicas do violonista paulista com quem tocou com muito sucesso na década de 40.
Homem dos Mil Instrumentos
Chamá-lo de homem dos mil instrumentos nem chega a ser exagero. O cearense de Jardim, nascido em 1921, toca praticamente todos os de corda. Já atuou em dupla com o virtuose do violão Garoto durante o período áureo da Rádio Nacional, integrou o Quinteto do rigoroso Radamés Gnattali e reforçou os primeiros discos de Roberto Carlos tocando guitarra. Fez até a música de abertura do programa Os Trapalhões.
Onipresente nos bastidores de várias gerações (e estilos) da MPB, Zé começou muito cedo em um cavaquinho de uma corda só. Aos oito anos exibiu-se para o lendário Padre Cícero tocando sua composição Meus Oito Anos. Aprendeu requinta (um clarinete uma quinta acima), escalou o violão, o bandolim, o violão-tenor (quatro cordas) e não parou mais.
Ao lado de Radamés ao piano (e Vidal, baixo, Luciano Perrone, bateria, Chiquinho, acordeom), atuou com alguns dos principais intérpretes nacionais, mas nunca renunciou a sua assinatura pessoal. Compôs o samba-canção modernista Nova Ilusão (com Luiz Bittencourt), que se tornaria prefixo da primeira fase do grupo vocal Os Cariocas, em 1948, e também Comigo é Assim, outro sucesso do grupo (da mesma dupla) que Miúcha e Tom Jobim regravariam em 1977. Outras composições suas conseguiram projetar-se como Mais uma Ilusão, na voz de Nuno Roland, Castigo por Gilberto Milfont e Pau-de-Arara por Carmélia Alves. Seu estoque de choros instrumentais também é expressivo: Sereno, Vitorioso, Encabulado, Caititu, entre outros.
Aos 11 anos, músico de banda em Juazeiro, foi descoberto por César Ladeira quando tocava na Ceará Rádio Clube, em 1943. Contratado pela Rádio Mayrink Veiga carioca, ele passaria mais tarde para a Nacional onde se apresentou em dupla com Garoto. Trabalhou ainda com o tecladista Djalma Ferreira no conjunto Milionários do Ritmo, excursionou pela Europa a bordo do Sexteto de Radamés Gnattali (que começou como quarteto e chegou a Orquestra Brasileira de Shows com Zé, Garoto e Bola Sete nas cordas).
Gravou treze discos com o bem-humorado grupo de estúdio Velhinhos Transviados, que "envelhecia" (e envenenava com Menezes na guitarra) por meio de uma formação de bandinha do interior os sucessos das paradas, incluindo rock e derivados. Sua enorme carreira discográfica, no entanto, tem poucos solos como os dois LPs de dez polegadas registrados na Sinter no início dos 50 (Dançando com Zé Menezes, A Voz do Violão) e os mais recentes CDs Chorinho in Concert, na CID, de 1995, e Relendo Garoto, produzido por Pelão em 1998, no qual ele realiza o velho sonho do parceiro que desejava ver suas músicas reintepretadas por orquestra. E de quebra por um homem-orquestra, o gênio modesto Zé Menezes.
Tárik de Souza - ENSAIO - 22/9/1998
Fontes: ClicMusic; SESC-SP MPB.
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