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terça-feira, 14 de agosto de 2007

Juventude transviada

Iniciada em novembro de 75, a telenovela “Pecado Capital” prolongou-se até julho de 76, tendo composições de sua trilha sonora, como “Juventude Transviada”, liderado no período as paradas de sucesso.

Com uma linha melódica que lembra levemente o velho clássico “Casa de Caboclo”, esta é uma canção bem típica de Luiz Melodia, intuitiva, livre, sem qualquer preocupação com a lógica em seus versos enigmáticos (“Lava a roupa todo dia, que agonia / na quebrada da soleira que chovia / até sonhar de madrugada / uma moça sem mancada / uma mulher não pode vacilar / eu entendo a juventude transviada...”) que ele não gosta de explicar.

“As pessoas têm que estar abertas para entender os toques. Não é assim, eu pisei numa pedra e aí nasceu essa frase. É um toque ingênuo, uma coisa poética, das vivências que observei”, declarou Luiz em 18.4.76 ao crítico Tárik de Souza, do Jornal do Brasil. “Juventude Transviada” foi feita para a sua primeira mulher, que lhe deu um filho, Mahal, e, como na maioria de suas canções, teve letra e música compostas ao mesmo tempo. Melodia gravou-a, com sua voz personalíssima, em seu segundo elepê, Maravilhas contemporâneas (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Juventude Transviada (1976) - Luiz Melodia - Intérprete: Luiz Melodia

LP Maravilhas Contemporâneas / Título da música: Juventude Transviada / Luiz Melodia (Compositor) / Luiz Melodia (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1976 / Nº Álbum: 403.6085 / Lado A / Faixa 4 / Gênero musical: Samba.


Tom: E

E9b    Fº        A7        D#7/9
Lava roupa todo dia, que agonia
D7/9             G7M          G7
Na quebrada da soleira, que chovia
C7M   Cm7         Bm7         A#m7     Am7
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
D7/9           G7M   D7/9
Uma mulher não deve vacilar

E9b    Fº         A7         D#7/9
Eu entendo a juventude transviada
D7/9           G7M           G7
E o auxílio luxuoso de um pandeiro
C7M    Cm7       Bm7         A#m7       Am7
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
D7/9             G7M   D7/9
Uma mulher não deve vacilar

E9b   Fº       A7          D#7/9
Cada cara representa uma mentira
D7/9                G7M          G7
Nascimento, vida e morte, quem diria
C7M    Cm7        Bm7        A#m7       Am7
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
D7/9             G7M    G7
Uma mulher não deve vacilar

C7M          Bm7      A7                 D7/9    C#7/9
Hoje pode transformar e o que diria a juventude
C7M      Bm7        A7                D7/9
Um dia você vai chorar, vejo clara as fantasias

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Luís Melodia

Luís Melodia (Luís Carlos dos Santos), compositor e cantor, nasceu no Rio de Janeiro em 07 de janeiro de 1951. Filho de Osvaldo Melodia, boêmio e sambista no bairro do Estácio, desde os 14 anos gostava de cantar e criar músicas, tendo formado com os garotos da vizinhança o conjunto Os Instantâneos.

Nessa época, passou a freqüentar os programas de calouros de Jair de Taumaturgo, na Rádio Mauá e na TV Continental. Seu sucesso começou quando os compositores Torquato Neto e Waly Sailormoon o ouviram, no Estácio, cantando sua música Pérola negra, e a mostraram a Gal Costa, que a incluiu em seu LP Gala todo vapor, gravado na Philips em 1972.

Em fins do mesmo ano Maria Bethânia gravou Estácio, holy Estácio, em seu LP na Philips Drama — anjo exterminado. Mas foi a repercussão do disco de Gal Costa que lhe permitiu gravar, também na Philips/Polygram, em 1973, o primeiro LP, Pérola negra, interpretando suas composições, entre as quais Magrelinha, Estácio, holly Estácio, Vale quanto pesa e Farrapo humano.

Em 1975, no festival Abertura, da TV Globo, em São Paulo, foi finalista com a música Ébano. Em 1976, Juventude transviada fez enorme sucesso como tema da novela Pecado capital, da TV Globo, e foi gravada no seu LP Maravilhas contemporâneas, pela Som Livre, no mesmo ano. Gravou depois os LPs Mico de circo (1978, Som Livre), Nós (1980, Warner), Felino (1983, Ariola), Claro (1985, Copacabana) e Pintando o sete (1989, Polygram), com o qual retornou às paradas de sucesso interpretando Codinome Beija-Flor, de Cazuza, e os CDs Relíquias (1995) e 14 Quilates (1997), ambos pela EMI.

Gravou também músicas de outros compositores, com sucesso, sobressaindo entre elas A voz do morro, de Zé Keti, e Cordas de aço, de Cartola, além da já citada Codinome beija-flor, de Cazuza. Entre suas composições encontram-se sambas, chorinhos, xótis, rocks, blues, forrós e mambos com letras de temática essencialmente urbana.

Obras : Bola de cristal (c/Beto Marques), 1973; Divina criatura (c/Papa Kid), 1983; Estácio, eu e você, 1973; Estácio, holly Estácio, 1972; Farrapo humano, 1972; Jeito danado (c/Edil Macedo), xótis, 1995; Na calada da noite (c/Frejat), 1990; Pérola negra, 1972; Poeta do morro (c/Ruizinho e Luís Arurau), 1989; Pra aquietar, 1973; Presente cotidiano, 1973.

CD : 14 Quilates, 1997, EMI 364821530-2.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

sábado, 29 de julho de 2006

Magrelinha


Magrelinha
(2001) - Luiz Melodia - Interpretação: Caetano Veloso

CD Caetano Veloso - Noites Do Norte - Ao Vivo / Título da música: Magrelinha / Luiz Melodia (Compositor) / Caetano Veloso (Intérprete) / Gravadora: Universal Music / Ano: 2001 / Nº Álbum: 04400165272 / Faixa 14.


  Gm7
O pôr-do-sol
    Cm7        F7          F7  Fº
Vai renovar, brilhar de novo seu sorriso
       Gm7     A#7/9
E liberta da areia preta e do arco-íris
                      D#7+/9
Cor de sangue, cor de sangue
                      D7/9-
Cor de sangue, cor de sangue

  Gm7           Cm7
O beijo meu vem com melado
         F7          F7  Fº
Decorado cor-de-rosa
   Gm7           A#7/9
Um sonho seu vem dos lugares
Mais distantes, terra dos gigantes
      D#7+/9
Super-homem, super-mosca
                     D7/9-
Super-carioca, super-eu, super-eu

A#7M          Bº          Cm7
Deixa tudo em forma, é melhor
    F7
Não sei
A#7M           Bº        Cm7      F7
Não tem mais perigo, digo, já nem sei
A#7M        Bº            Cm7
Ela está comigo o som e o sol
    F7
Não sei
  D#         F
O sol não adivinha
D#           F
Baby é magrelinha
G#                A#         
No coração do Brasil
A#       C        
No coração do Brasil
G#         A#                            C
No coração, no coração, no coração do Brasil

terça-feira, 18 de julho de 2006

Pérola negra

Luiz Melodia tem nome de sambista, pinta de sambista, é nascido e criado reduto de sambistas (o bairro carioca do Estácio), mas jamais foi sambista, embora nada tenha contra o samba. Apenas faz um gênero de música diferente, a música de Luiz Melodia, que reflete influências de blues, rock, soul e até de samba-canção, enfim de um universo habitado por Billie Holiday, B. B. King, o tecladista-arranjador Taj Mahal, os Beatles, Jorge Ben e Maria Bethânia, artistas que ele curte e admira.

Um pouco disso tudo, misturado à sua maneira, deu composições como “Pérola Negra”, uma canção de amor diferente, confessional, rude, instigante: “Tente passar pelo que estou passando / tente apagar este teu novo engano / tente me amar pois estou te amando / baby, te amo, nem sei se te amo / (...) / arranje algum sangue / escreva no pano / pérola negra, te amo, te amo...”

Peça fundamental na obra de Luiz Melodia, “Pérola Negra” foi composta em 1969, quando ele tinha dezoito anos, recebendo originalmente o título de “My Black”. Dois anos depois, por sugestão do poeta Waly Salomão, que apresentou Luiz a Gal Costa, “My Black” passou a chamar-se “Pérola Negra”, sendo lançada pela cantora no show “Fa-Tal” e em seguida no elepê homônimo, com grande sucesso (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Peróla Negra (1972) - Luiz Melodia - Intérprete: Gal Costa

LP Fa-Tal Gal A Todo Vapor / Título da música: Pérola Negra / Luiz Melodia (Compositor) / Gal Costa (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1971 / Nº Álbum: 6349 020/1 / Disco 1 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Canção / MPB.

D7+                            F#m7
Tente passar pelo que estou passando
Am7     D7                   G7+
Tente apagar este teu novo engano
 Gm7      C7/9               D7+
Tente me amar pois estou te amando
B7/9-   E7/G              A7
Baby te amo nem sei se te amo
D7+                            F#m7
Tente usar a roupa que estou usando
Am7     D7                   G7+
Tente esquecer em que ano estamos
 Gm7          C7/9               D7+
Arranje algum sangue escreva num pano
B7/9-   E7/G            A7
Pérola negra te amo, te amo
D7+                           F#m7
Rasgue a camisa enxugue meu pranto
Am7            D7                   G7+
Como prova de amor mostre teu novo canto
 Gm7         C7/9               D7+
Escreva no quadro em palavras gigantes
B7/9-   E7/G            A7
Pérola negra te amo, te amo
D7+                              F#m7
Tente aprender tudo mais sobre o sexo
Am7        D7                 G7+
Peça meu livro querendo te empresto
 Gm7           C7/9             D7+
Se inteire da coisa sem haver engano
B7/9-   E7/G                A7
Baby te amo, nem sei se te amo
B7/9-   E7/G            A7
Pérola negra te amo, te amo
     D7+
Meu amor...

terça-feira, 20 de junho de 2006

Estácio, Holy Estácio

Luiz Melodia em 1972
Tal como quando fez “Pérola Negra”, seu primeiro sucesso, Luiz Melodia era ainda um adolescente quando compôs “Estácio Holy Estácio” para uma namorada chamada Rosângela. Com seus versos ambíguos, a canção trata de um amor contrariado, entrando o Largo do Estácio — bairro onde o autor nasceu e se criou — como cenário para a história: “Se alguém quer matar-me de amor / que me mate no Estácio / bem no compasso / bem junto ao passo / do passista da escola de samba / do Largo do Estácio...”

Lançado por Maria Bethânia no final de 1972, “Estácio Holy Estácio” seria um dos sucessos do ano seguinte, marcando, juntamente com “Pérola Negra”, o elepê de estreia de Luiz Melodia.

Uma curiosidade: significando “Estácio Santo Estácio”, se grafado corretamente (“Estácio Holy Estácio”), o título da composição aparece quase sempre em discos e edições (inclusive no registro do CNDA - Conselho Nacional de Direito Autoral) como “Estácio Holly Estácio”. Acontece que a palavra inglesa holly significa azevinho ou azevim — “arbusto da família das aquifoleáceas”, conforme o dicionário Aurélio —, sendo Hollywood, portanto, “bosque de azevinhos”. Assim, o uso da palavra holly dá ao título da canção um sentido absolutamente disparatado (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jaime Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Estácio, Holy Estácio (1973) - Luiz Melodia - Intérprete: Maria Bethânia

LP Drama / Título da música: Estácio, Holy Estácio / Luiz Melodia (Compositor) / Maria Bethânia (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1973 / Nº Álbum: 6349 050 / Lado B / Faixa 5 / Gênero musical: MPB.

    C                       Dm
Se alguém quer matar-me de amor
                Em    Bb7 A7
Que me mate no Estácio
        Dm       Em            Bb7  A7
Bem no compasso, bem junto ao passo
     Dm                    G7
Do passista da escola de samba
                C  B Bb B C
Do Largo do Estácio
     C              Dm                       Em Bb7 A7
O Estácio acalma o sentido dos erros que eu faço
           Dm     Em       Bb7 A7
Trago não traço, faço não caço
  Dm               G7          C           B Bb B C
O amor da morena maldita do Largo do Estácio
      C              Dm
Fico manso, amanso a dor
Dm5-/7   G7           C C#° Dm G7
Holliday é um dia de paz
 C                    Dm
Solto o ódio, mato o amor
Dm5-/7       G7            C  C#° Dm G7
Holliday eu já não penso mais