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sábado, 1 de novembro de 2008

Paulo Gracindo

Paulo Gracindo (Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo), famoso artista do rádio, teatro, cinema e televisão do país, nasceu em 16 de junho de 1911, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de Demócrito Gracindo, que era político e que faleceu em 1928. Foi criado por sua mãe e guardou pela vida afora a educação, os modos, a nobreza de seu lar. Estudou direito, mas desde cedo quis ser ator.

Foi um dos últimos representantes da geração de intérpretes que surgiu nas novelas de rádio dos anos 40. Com uma carreira invejável, coroada de grandes sucessos, ídolo de seus colegas, costumava ser citado por eles como um dos poucos entre os chamados atores de sustentação que conseguiu colocar seu talento acima do charme dos galãs.

Gracindo foi para o Rio de Janeiro e iniciou a carreira teatral com a Companhia de Alda Garrido, tendo também integrado o elenco das principais companhias da época, como as de Procópio Ferreira, Elza Gomes e Dulcina. Ingressou na Tupi, como rádio-ator, passando em seguida para a Nacional. Foi levado pelas mãos de Olavo de Barros, diretor de teatro que também trabalhava na emissora. Interpretou personagens famosos, mas acabou conquistando o sucesso como animador de programas de auditório na década de 40.

Como essa atividade lhe rendesse bem financeiramente, Gracindo ficou anos afastado do teatro. Seguiram-se as novelas, tendo atuado no papel de Albertinho Limonta, herói do dramalhão mexicano O Direito de Nascer, considerado o maior êxito no gênero. Gracindo projetou-se ao lado de Brandão Filho num quadro humorístico que divertiu duas gerações, primeiro no rádio e depois no vídeo, o Primo Rico, que ridicularizava a vida do Primo Pobre.

Com a chegada da televisão, Gracindo levou seu programa de auditório para a TV Rio. Em 1968, transferia-se para a Rede Globo, passando a participar das telenovelas de Glória Madagan. Na emissora, foi o astro de diversas novelas, entre elas, O Bem Amado, onde personificou o prefeito Odorico Paraguaçú e chegou a atingir 70 pontos no Ibope em 1973. Em 1980, o personagem de Dias Gomes era ressuscitado e dava origem a um seriado. Nessa época, Gracindo foi o apresentador do programa 8 ou 800, ao lado de Silvia Falkenbourg.

Ainda pela Rede Globo, fez também as telenovelas A Próxima Atração, Sinal de Alerta (no papel de Tião Borges), Os Ossos do Barão (1973), O Casarão (no papel de um artista apaixonado, ao lado de Yara Cortes), Gabriela (1975, como o coronel Ramiro Bastos) e Roque Santeiro. Suas últimas aparições na TV foi na minissérie Agosto e no especial O Besouro e a Rosa, ambos em 1993.

Gracindo dedicou-se também ao cinema, com o surgimento das companhias Atlântida e Cinédia, atuando em O Meu Dia Chegará, Estrela da Manhã, João Ninguém (1937), Está Tudo Aí (1938), Anastácio (1939), Onde Estás, Felicidade? (1939), A Falecida (1965, de Leon Hirszman), Terra em Transe (1967, de Glauber Rocha), Tudo Bem (1978) e Amor Bandido (1978, de Bruno Barreto).

No teatro, trabalhou em Linhas Cruzadas, Frank Sinatra 4815, ao lado do filho em O Jogo do Crime e com Clara Nunes em Brasileiro, Profissão Esperança. Gracindo Jr. dirigiu o pai nas seguintes montagens teatrais: Paulo Gracindo - O Bem Amado (biografia teatralizada da vida do ator), Num Lago Dourado (1992) e A História é uma História (de Millor Fernandes, em 1994).

Paulo Gracindo faleceu aos 84 anos, em 4 de setembro de 1995.

Fontes: cinetvbrasil - PauloGracindo; Wikipédia - Paulo Gracindo; netsaber - Biografia de Paulo Gracindo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Artur Azevedo

O contista, poeta, teatrólogo e jornalista Artur Azevedo (Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo) nascido em São Luís (MA), em sete de julho de 1855, é considerado o pai do teatro musicado brasileiro. Filho de David Gonçalves de Azevedo e Emília Amália Pinto de Magalhães, aos oito anos demonstrou gosto para o teatro e fez adaptações de textos de autores como Joaquim Manuel de Macedo.

Muito cedo começou a trabalhar no comércio. Foi empregado na administração provincial e logo após foi demitido por publicar sátiras contra autoridades do governo. Ao mesmo tempo lançou as primeiras comédias nos teatros de São Luís (MA).

Antes de completar seus 20 anos foi para o Rio de Janeiro (1873) empregando-se no Ministério da Agricultura e também ensinando português no Colégio Pinheiro.

Mas foi no jornalismo que se desenvolveu em atividades que o projetaram como um dos maiores contistas e teatrólogos brasileiros. Fundou publicações literárias, como A Gazetinha, Vida Moderna e O Álbum. Colaborou em A Estação, ao lado de Machado de Assis, e no jornal Novidades, junto com Olavo Bilac, Coelho Neto, entre outros.

Nessa época escreveu as peças dramáticas como a opereta francesa La Filie de Madame Angot; fez a paródia A filha de Madame Angu (1876), que chamou as atenções gerais e criou as oportunidades para o começo de sua carreira teatral; O Liberato e A Família Salazar, que sofreu censura imperial e foi publicada mais tarde em volume, com o título de O escravocrata. Escreveu mais de quatro mil artigos sobre eventos artísticos, principalmente sobre teatro (figura ao lado: chamada para peça "O Bilontra": O Mequetrefe - Rio de Janeiro - 1885).

Suas operetas e revistas introduziram no Brasil o teatro musicado, sendo pioneira O Mandarim(1884), seguindo-se Cocota (1885) e O Bilontra (1886). Os textos críticos e bem-humorados sempre eram aplaudidos, mesmo pelos criticados. Um século depois, continuam a ser encenados, como A Capital Federal, escrita em 1897.

Em 1889, reuniu um volume de contos dedicado a Machado de Assis, seu companheiro na Secretaria da Viação. Em 1894, publicou o segundo livro de histórias curtas, Contos fora de moda, e mais dois volumes, Contos cariocas e Vida alheia. Morreu no Rio de Janeiro em 22 de outubro de 1908.


Fontes: Artur Azevedo - Biblioteca Virtual do Estudante de Língua Portuguesa; História do Samba – Editora Globo; “O Bilontra” - Imagens – 1885 pelos jornais.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Edigar de Alencar

Edigar de Alencar, musicólogo, jornalista, poeta e teatrólogo. Nasceu em 06/11/1901 na cidade de Fortaleza-CE e faleceu no Rio de Janeiro-RJ em 24/04/1993.

Foi para o Rio de Janeiro em 1926, dedicando-se ao comércio.

Escreveu a revista Doce de coco, estrelada por Alda Garrido, no Teatro São José, e foi crítico de teatro, chegando a presidir o Ciclo Independente dos Críticos Teatrais.

Em 1932 publicou seu primeiro livro de poesias, Carnaúba. Cronista do jornal carioca O Dia desde sua fundação, onde assinava sob o pseudônimo de Dig, foi conselheiro de música popular brasileira do MIS, do Rio de Janeiro.

Publicou O Carnaval carioca através da música, 2 volumes, Rio de Janeiro, 1965; A modinha cearense, Rio de Janeiro, 1967; Nosso Sinhô do samba, Rio de Janeiro, 1968.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

domingo, 25 de novembro de 2007

Teatro de Revista - Parte 2

Parte Final: O Luxo e a Decadência

"Depois de largo período de entrosamento com o samba, o Teatro de Revista se volta para o luxo e abandona a faceta de lançador de sucessos, até que a censura e a televisão o levam à decadência."

Manuel Pinto foi um dos empresários mais bem sucedidos do teatro de revista, no início do século. Coube a Walter Pinto herdar o gosto do pai pelo negócio, fazê-lo crescer e tornar-se um dos mais ricos produtores do setor. Para isso, contribuíram alguns fatores que acabaram por influir na própria cultura popular carioca e, mais remotamente, brasileira.

A fim de ganhar mais dinheiro que o pai, Walter Pinto ousou mais. Investiu, procurou caminhos diferentes, modificou esquemas e teve êxito. Quem se deu mal nesse contexto foi o samba, a médio prazo.

Ao assumir, o novo empresário decidiu que ninguém teria mais destaque que ele em seus espetáculos. Assim, durante anos, uma enorme fotografia sua aparecia no cartaz do teatro e nos anúncios dos jornais, garantindo: Walter Pinto apresenta. E seguiam-se os nomes (sem fotografia de ninguém) dos mais famosos artistas do teatro de revista, em ordem de importância, as vedetes, os comediantes, as modelos, as atrações. Com isso, criou sua marca registrada.

As pessoas não iam ao teatro ver esse ou aquele artista; iam ver um espetáculo de Walter Pinto, o que era sinônimo de qualidade. Ao menos da qualidade que seu gosto passou a impor, modificando inteiramente o conceito de se fazer revista, vigente até os anos 40. Da mesma forma que a Ba-Ta-Clan e outras companhias de revista européias mudaram o formato revisteiro no princípio do século, Walter Pinto voltaria a fazê-lo, nesse momento de transformação.

A diferença foi que, na primeira reviravolta, o samba ganhou espaço para se apresentar. O talento das estrelas estava centrado nas vozes e interpretações, embora a beleza das pernas e demais atributos físicos fossem também da maior importância. Mas, quem não cantasse bem, não se escorasse em um bom samba inédito a cada estréia, teria carreira curta e dificilmente chegaria ao estrelato.

Luxuosa montagem de Walter Pinto, anos 40
Uma das primeiras luxuosas montagens de Walter Pinto, no Teatro Recreio, no Rio de Janeiro, nos anos 40.
Com o advento da era Pinto, tudo mudou, O eixo do talento foi transferido, o essencial era a beleza física e, principalmente, o desembaraço no trato com o público. Para ser vedete, era fundamental o jogo de cintura, que permitia enfrentar o chamado “número de platéia”. Nele, a atriz, em trajes mínimos, depois da breve introdução de um assunto malicioso, dialogava com a platéia e tinha que ter a necessária rapidez de raciocínio para responder, quase sempre com duplo sentido, a quaisquer perguntas, sem se deixar embaraçar, expondo o espectador ao riso dos demais. Se cantasse um pouquinho, já estava bom. Samba, nem pensar!

Em termos cenográficos, as inspirações eram importadas dos grandes shows da Broadway e dos cassinos de Las Vegas, nos Estados Unidos. O Follies Bergère e o Lido, parisienses, também eram fontes de informações para espetáculos estruturados em monumental aparato, procurando imitar os musicais que Hollywood produzia e distribuía para o mundo.

Com o êxito financeiro, Walter Pinto viajava com freqüência para o exterior, onde, além de comprar luxuosas fantasias para seu guarda-roupa cênico, contratava coristas e vedetes de rara beleza e tipos físicos bastante diferentes das brasileiras, criando forte aura de curiosidade e desejo ao redor delas.

Francesas, inglesas, americanas e, mais modestamente, argentinas eram vistas em geral nas leiterias da praça Tiradentes, antes e depois dos espetáculos, como se estivessem com tranqüilidade em Picadilly Circus, na Broadway, em Pigalle, ou na Avenida Corrientes. Duas brasileiras, porém, conseguiram atravessar a cortina de seda das estrangeiras e marcar seus nomes como as mais importantes vedetes dos meados do século.

Em 1944, Walter Pinto estreou no Teatro Recreio, a revista Momo Na Fila, de Geysa Bôscoli e Luiz Peixoto. A estrela era Dercy Gonçalves, mas, lá atrás, nas últimas fileiras das coristas, alinhava-se uma paraense loira e linda, recém-chegada ao Rio de Janeiro, desquitada e com filhos, cujo primeiro emprego foi-lhe dado pelo empresário Pinto. Na carteira de trabalho, o nome Osmarina Colares Cintra. Em muito pouco tempo, transformou-se em Mara Rúbia (foto logo acima neste artigo), nome que passou a ser escrito em destaque, com luzes, na marquise do mais famoso teatro de revista do Brasil. Mara Rúbia, durante anos, foi apontada pela metade do país como a maior vedete brasileira.

A outra metade tinha favorita diferente. Uma que contava com as preferências de ninguém menos que Getúlio Vargas, presidente da República, que assistia a todas as revistas do Recreio e tinha pendor especial por Virgínia Lane (foto ao lado), a quem deu o apelido que ela adotou para sempre: a Vedete do Brasil. Procedente dos cassinos, tarimbadíssima no “número de platéia”, a pequenina Virgínia tinha tal presença em cena que parecia crescer a quase um metro e oitenta e ombrear-se com as espigadas coristas que Walter Pinto importava do outro lado do mundo, mas que acabavam por servir apenas de moldura à baixinha, dentucinha, mas talentosíssima estrela do Recreio, de mais ou menos 20 anos.

Já não havia definitivamente espaço para o samba, no teatro de revista. Quando um ou outro aparecia, era simples repetição de sucesso já ditado pelo rádio ou alguma paródia política que usava a música de um deles em voga, para criticar alguma coisa ou alguém. Nunca mais um samba inédito foi lançado em um palco do teatro de revista, que agora se refestelava na grandeza e no luxo das bem-cuidadas cenografias, dos guarda-roupas deslumbrantes e na sensualidade de mulheres belíssimas, das quais a arte de cantar era o que menos se exigia.

Enquanto a concorrência à revista se limitou aos shows das luxuosas boates cariocas, da ainda capital da República, confinando-se aos pequenos palcos do Golden Room do Copacabana Palace Hotel, das boates Casablanca, Night and Day, Montecarlo, Fred’s e congêneres, Walter Pinto reinou absoluto na praça Tiradentes, de onde saía para incursões por São Paulo, Belo Horizonte ou Porto Alegre, deixando espaço, por pouco tempo, para companhias menores.

Mas, quando a censura política amordaçou os comediantes do teatro de revista, abrindo as portas para a pornografia explícita, e a televisão roubou-lhe os elencos, pagando melhor, ele, praticamente, encerrou as atividades e com elas um período marcante, que, a partir daí, foi só decadência.

Fonte: História do Samba - Editora Globo.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Margarida Max, a estrela da Revista Carioca


No fastígio do Teatro de Revista do Rio de Janeiro, uma linda mulher de sua voz e de sua beleza, para prestigiar a Música Popular Brasileira, nos espetáculos em que estrelava. Era no palco que se tornava rainha.


A partir de 1920, até meados dos anos 40, uma moreninha paulista, de olhos tentadores, que a lenda garantia ter nascido em Roma e se apaixonado pelo Brasil, foi uma das figuras femininas mais importantes do teatro de revista nacional.

Filha de italianos, nascida em São Paulo e criada em Franca, onde era conhecida como a Margarida do Max, nome de um eterno noivo, rompeu com a cidade e o noivado ao se tornar atriz de uma companhia itinerante que por lá passou.

No Rio de Janeiro, adere ao teatro de revista, no qual se torna uma de suas principais vedetes, estrela de grandes montagens, cercada de nomes que ficariam célebres. Sílvio Caldas, Joraci Camargo, Luiz Iglésias, Luiz Peixoto, Olegário Mariano, Vicente Celestino, Otília Amorim, Viriato Correia, Mesquitinha, OduvaldoViana, Palmeirim e tantos outros.

Como as demais prima-donas do teatro de revista, Margarida Max lançava músicas, ficando famosa sua interpretação do samba Braço de Cera, de Nestor Brandão. Mas seu grande êxito foi na revista Brasil do Amor, de 1931, quando lança a versão definitiva de No Rancho Fundo, de Ary Barroso e Lamartine Babo. Um sucesso nacional, que saltou do palco da revista para ser cantado pelo Brasil inteiro.

Margarida não teve carreira longa, morreu aos 54 anos, já retirada. Mas antes viveu anos de glória, como uma das mulheres mais cobiçadas da época.


Fonte: História do Samba - Editora Globo.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Raul Roulien


O cantor, ator e diretor de teatro e cinema Raul Roulien (Raul Entini Pepe Acolti Gil) nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 8 de Outubro de 1905 e faleceu em São Paulo em 8 de setembro de 2000. Nasceu no bairro carioca de Botafogo. Cantava desde a infância. Conta-se que foi ouvido pelo Presidente Rodrigues Alves e por Rui Barbosa.

Quando visitava um irmão em Buenos Aires, foi contratado para cantar no Cine Porteño, passando a se dedicar ao teatro. Casou-se duas vezes. Sua primeira mulher foi a atriz Abgail Maia. A segunda, também atriz, Diva Tosca, foi atropelada e morta em Holywood em 1933, por um jovem embriagado, o futuro diretor de cinema John Huston.

Começou a carreira artística aos oito anos, como Raul Pepe. Faleceu em São Paulo aos 98 anos, vitimado por problemas cardíacos. Afilhado de Ruy Barbosa, foi homenageado no velório pelo Botafogo, do qual era torcedor apaixonado e pela família imperial, à qual era ligado, por ser monarquista.

Destacou-se primeiramente no teatro ligeiro. Foi o maior galã brasileiro de sua época. Em 1928, formou a companhia Abgail Maia-Raul Roulien, tendo sido autor de um gênero denominado "teatro de frivolidade", e introdutor de espetáculos rápidos nos intervalos das sessões de cinema.

Entre 1928 e 1930, gravou nove discos na Odeon, com músicas quase todas de sua autoria. No primeiro disco, aparecem os tangos Tu amor y un ranchito e Adiós mis farras, ambos de sua autoria, sendo que o último foi também gravado por Francisco Alves, tendo alcançado grande sucesso. Em seguida, gravou os tangos Machacho de oro, de sua autoria e Niño bien, de J. Collazo.

Em 1929, gravou na Odeon o fox-trot Miss St. Paul, parceria com Mark Hermanns, o fox-romanza Juventud, de sua autoria e o samba Felicidade, a valsa Nunca e o tango Ave noturna, também de sua autoria e, na Parlophon, os tangos Mala yerba e Bibelot, igualmente de sua autoria.

Em 1930, gravou o fox-trot Saudade má, de sua autoria com arranjos de Mark Hermans e a valsa Tua, de sua autoria. Além de ator, foi diretor de teatro e cinema. Em 1931, foi para Nova Iorque, onde conseguiu um contrato na Fox. Estreou na versão em espanhol de Eram 13.

Entre 1931 e 1934, atuou no cinema americano, numa série de filmes dentre os quais Delicious, dirigido por David Butler, no qual interpretava um compositor russo, e cantava Delicious, dos irmãos Gershwin.

Em 1932, estava em Painted Woman" da Fox, e em 1933 em No dejes la puerta abierta e It's great to be alive. Seu filme mais conhecido foi Flying down to Rio onde atuou ao lado de Ginger Rogers e Fred Astaire, no qual cantava Orchids in the moonlight. Neste mesmo ano, publicou o livro A verdadeira Hollywood. Ainda em 1933, lançou na Victor duas canções que se tornaram clássicas: Favela e Guacyra, de Hekel Tavares e Joraci Camargo. No mesmo ano, lançou dois fox-trots de Irvin Berlin com versões suas: Mente por favor e Se eu perdesse você.

Em 1934, atuou em The world moves on, dirigido por John Ford. De volta ao Brasil, dirigiu o filme Grito da mocidade, em 1937, no qual participou, também, como ator. Em 1938, a Companhia Teatral de Raul Roulien encenou a peça Malibu, de Henrique Pongetti, da qual participava a cantora Elisa Coelho. Em 1939, produziu e dirigiu Aves sem ninho e 10 anos mais tarde foi diretor e argumentista de Asas do Brasil.

Com atividades bastante diversificadas, foi também apresentador de programas de televisão, repórter de jornais brasileiros e estrangeiros, e promotor do concurso Miss São Paulo, para os Diários Associados, que perdurou por muitos anos. Abandonou o cinema em 1950, tentando retomar esta atividade em 1984, idealizando um documentário sobre a vida do sanitarista Osvaldo Cruz. Em 1995, vitimado por um derrame afastou-se definitivamente da carreira artística.

Fonte: Adaptado do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.