Classificado pelo concretista Augusto de Campos como “oswaldiano, antropofágico, desmistificador”, o primeiro elepê solo de Caetano Veloso, lançado em 1968, o credencia como um dos poetas-compositores mais imaginativos de sua geração. Neste disco polêmico e experimentador, o destaque maior pertence à canção “Tropicália”.
Dividida em cinco partes de melodias primárias e iguais, cada uma terminando com um surpreendente par de “vivas”, a composição oferece uma visão crítica e sintetizada da realidade brasileira, contrapondo valores dessa realidade, numa colagem de símbolos, imagens e citações — “Eu organizo o movimento / eu oriento o carnaval / eu inauguro o monumento / no Planalto Central do país / viva a bossa-sasa / viva a palhoça-ça-ça-ça-ça...”
O próprio título “Tropicália”, cuja origem foi longamente comentada por Caetano, no livro Verdade tropical e que acabaria denominando o movimento poético-musical que marcou aquele final de década, só seria adotado por insistência do produtor Manoel Barenbein, desprezando-se a opção “Mistura Fina”, considerada boa pelo compositor. Júlio Medaglia é o autor do excelente arranjo de “Tropicália” (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Tropicália (1968) - Caetano Veloso - Intérprete: Caetano Veloso
LP Caetano Veloso / Título da música: Tropicália / Caetano Veloso (Compositor) / Caetano Veloso (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1968 / Nº Álbum: R 765.-26 L / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: MPB.
Dividida em cinco partes de melodias primárias e iguais, cada uma terminando com um surpreendente par de “vivas”, a composição oferece uma visão crítica e sintetizada da realidade brasileira, contrapondo valores dessa realidade, numa colagem de símbolos, imagens e citações — “Eu organizo o movimento / eu oriento o carnaval / eu inauguro o monumento / no Planalto Central do país / viva a bossa-sasa / viva a palhoça-ça-ça-ça-ça...”
O próprio título “Tropicália”, cuja origem foi longamente comentada por Caetano, no livro Verdade tropical e que acabaria denominando o movimento poético-musical que marcou aquele final de década, só seria adotado por insistência do produtor Manoel Barenbein, desprezando-se a opção “Mistura Fina”, considerada boa pelo compositor. Júlio Medaglia é o autor do excelente arranjo de “Tropicália” (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
Tropicália (1968) - Caetano Veloso - Intérprete: Caetano Veloso
LP Caetano Veloso / Título da música: Tropicália / Caetano Veloso (Compositor) / Caetano Veloso (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1968 / Nº Álbum: R 765.-26 L / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: MPB.
"Quando Pero Vaz Caminha
Descobriu que as terras brasileiras
Eram férteis e verdejantes
Escreveu uma carta ao rei
Tudo que nela se planta
Tudo cresce e floresce
E o Gauss da época gravou"
C#m F# C#m
Sobre a cabeça os aviões
F# C#m
Sob os meus pés, os caminhões
F# C#m B
Aponta contra os chapadões, meu nariz
E D E
Eu organizo o movimento
D E
Eu oriento o carnaval
D
Eu inauguro o monumento
E D E
No planalto central do país
D E
Viva a bossa, sa, sa
D E
Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça
D E
Viva a bossa, sa, sa
E C#m B E
Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça
C#m F# C#m
O monumento é de papel crepom e prata
F# C#m
Os olhos verdes da mulata
F# C#m
A cabeleira esconde atrás da verde mata
F# C#m B
O luar do sertão
E D E
O monumento não tem porta
D
A entrada é uma rua antiga,
E
Estreita e torta
D E
E no joelho uma criança feia e morta,
D E
Estende a mão
D E
Viva a mata, ta, ta
D E
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
D E
Viva a mata, ta, ta
C#m B E C#m
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
C#m7 F#7 C#m7
No pátio interno há uma piscina
F#7 C#m7
Com água azul de Amaralina
F#7 C#m7
Coqueiro, brisa e fala nordestina
B E
E faróis
D E
Na mão direita tem uma roseira
D E
Autenticando a eterna primavera
D
E no jardim os urubus passeiam
E D E
A tarde inteira entre os girassóis
D E
Viva Maria, ia, ia
D E
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
D E
Viva Maria, ia, ia
C#m B E
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
C#m7 F#7 C#m7
No pulso esquerdo o bang-bang
F#7 C#m7
Em suas veias corre muito pouco sangue
F#7
Mas seu coração
C#m7 B E
Balança a um samba de tamborim
D E
Emite acordes dissonantes
D E
Pelos cinco mil alto-falantes
D
Senhoras e senhores
E D E
Ele põe os olhos grandes sobre mim
D E
Viva Iracema, ma, ma
D E
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
D E
Viva Iracema, ma, ma
C#m B E
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
C#m7 F#7 C#m7
Domingo é o fino-da-bossa
F#7 C#m7
Segunda-feira está na fossa
F#7 C#m7 B E
Terça-feira vai à roça, porém
D E
O monumento é bem moderno
D E
Não disse nada do modelo do meu terno
D E D E
Que tudo mais vá pro inferno, meu bem
D E
Viva a banda, da, da
D E
Carmem Miranda, da, da, da, da
D E
Viva a banda, da, da
C#m B E
Carmem Miranda, da, da, da, da

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