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sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Alvarenga e Ranchinho


Alvarenga e Ranchinho - Dupla sertaneja formada em 1929 por Murilo Alvarenga (Itaúna/MG 22/05/1912 - 18/01/1978) e Diésis dos Anjos Gaia, o Ranchinho (Jacareí/SP 23/05/1913 - 05/07/1991).

Através do tio, que era empresário de circo, Alvarenga começou a trabalhar aos 11 anos como trapezista e malabarista, passando depois a se apresentar como cantor de tangos. Conheceu Ranchinho numa serenata em Santos/SP, em 1928. Resolveram, então, cantar juntos em circo, interpretando, desde o início, o gênero caipira, que os caracterizou e que era uma novidade na época.

Apresentaram-se em São Paulo/SP, em 1933, com a Companhia Bataclã e, no ano seguinte, foram convidados por Breno Rossi, maestro da orquestra da Rádio São Paulo, para cantar nessa emissora. Ainda em 1934, forma com Silvino Neto o trio Os Mosqueteiros da Garoa, que, apesar do sucesso obtido, durou pouco.

Formada novamente, a dupla começou a se destacar em 1935, com a marcha Sai, feia (Alvarenga), que venceu o concurso de músicas carnavalescas de São Paulo. Ainda em 1935, a convite do Capitão Furtado, compositor sertanejo, trabalhou no filme Fazendo fita, de Vittorio Capellaro, em São Paulo, e, em 1936, foi para o Rio de Janeiro/RJ, para uma temporada na Casa de Caboclo, de Duque. Embora já tivesse certo nome em São Paulo, a dupla teve que recomeçar praticamente a carreira no Rio de Janeiro, iniciando por se apresentar na Hora do Guri, programa vespertino da Rádio Tupi, passando para a programação noturna só depois de obter sucesso.

A boa aceitação conseguida através do rádio fez que conseguisse gravar o primeiro disco, pela Odeon, ainda em 1936, a moda-de-viola Itália e Abissínia (parceria com Capitão Furtado) e o cateretê Liga das Nações (de sua autoria). Em novembro de 1936, apresentou-se no teatro Smart, em Buenos Aires, Argentina, e, no ano seguinte, passou a fazer parte do elenco do Cassino da Urca, onde trabalhou até o seu fechamento, dez anos depois. Foi lá que a dupla começou a fazer sátiras políticas, que se tornaram um dos seus pontos fortes e, em 1938 lançou a marcha Seu condutor (em parceria com Herivelto Martins), que constituiu o maior sucesso carnavalesco da dupla.

Nesse mesmo ano, Ranchinho afastou-se pela primeira vez de seu companheiro, e Alvarenga, então, gravou, pela Odeon, em dupla com Bentinho (da dupla Xerém e Bentinho) e com o grupo chamado Alvarenga e Sua Gente. Essa separação temporária de Ranchinho voltaria a ocorrer outras vezes nos 27 anos seguintes e nessas ocasiões seria substituído por outros, como Bentinho ou Delmare de Abreu.

Em 1939, Ranchinho voltou à dupla e novas gravações foram feitas pela Odeon, inclusive algumas gravações com o Capitão Furtado. Até então, a dupla vinha tendo muitos problemas com a censura oficial, por suas sátiras políticas, mas em 1939 a questão foi resolvida da seguinte maneira: Alzira Vargas, filha do presidente Getúlio Vargas, convidou a dupla para tocar no Palácio das Laranjeiras para seu pai; Getúlio, depois de ouvir todas as músicas, inclusive algumas que se referiam a ele, deu ordens para que as composições da dupla fossem liberadas em todos o território nacional. Ainda em 1939, excursionou pelo Rio Grande do Sul e passou a se apresentar na Rádio Mayrink Veiga, ganhando o slogan de Os Milionários do Riso.

Lançou, em 1940, a valsa Romance de uma caveira (com Chiquinho Sales), em disco Odeon, que se tornou um dos maiores sucessos de seu repertório, e, três anos depois gravou Drama da Angélica (Alvarenga e M. G. Barreto), cujo gênero foi definido no selo do disco como "canto tétrico".

Com o fechamento dos cassinos, em 1946, Alvarenga abriu uma boate no Posto Seis, em Copacabana, mantendo-a durante dois anos. A dupla apresentou-se, em 1950, durante um mês, no Cassino Estoril, em Lisboa, Portugal, e, em 1952, lançou com destaque a marcha de sua autoria Cordão japonês.

Em toda sua carreira, o duo participou de mais de 30 filmes, incluindo Carnaval em lá maior, de 1955, dirigido por Ademar Gonzaga. Com seu repertório de sátiras política, participou também de campanhas eleitorais, como as de Ademar de Barros, Juscelino Kubitschek, e Lucas Nogueira Garcez. Ficaram célebres ainda suas paródias de músicas de sucesso, como as que foram feitas sobre o tango Adíos muchachos (Julio C. Sanders e César Vedani), Nervos de Aço (Lupicínio Rodrigues) e de Disparada (Geraldo Vandré e Teo de Barros).

Em 1959, a dupla deixou o rádio, para trabalhar apenas na televisão, e, em 1965, Diésis foi substituído por Homero de Sousa Campos, que passou a ser o Ranchinho efetivo. Nos anos 70 apresentaram-se principalmente em cidades do interior do país. Em 1997 a BMG lançou Os Milionários do Riso, reedição de um LP ao vivo gravado em 1973.

Algumas músicas

















Fonte: - Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora

sexta-feira, 28 de abril de 2006

Romance de uma Caveira

Romance de uma caveira (valsa humorística, 1940) - Alvarenga, Ranchinho e Chiquinho Sales - Interpretação: Alvarenga e Ranchinho

Disco 78 rpm / Título da música: Romance de uma caveira / Alvarenga (Compositor) / Ranchinho (Compositor) / Chiquinho Sales (Compositor) / Alvarenga e Ranchinho (Intérprete) / Rogério Guimarães e Seu Conjunto (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 02/02/1940 / Lançamento: 03/1940 / Nº do Álbum: 11831 / Nº da Matriz: 6301 / Gênero: Valsa humorística / Coleção de origem: Nirez

Tom: C  

Intro: Em

Em            B7            Em
Eram duas caveiras que se amava
E7                     Am
E a meia-noite se encontrava
           B7             Em
Pelo cemitério os dois passeava
  F#7                      C   B7
E juras de amor então trocava.

Em               B7           Em
Sentado os dois em riba da lousa fria
     E7                      Am
A caveira apaixonada assim dizia
            B7              Em
Que pelo caveiro de amor morria
   F#7                    B7
E ele de amores por ela vivia.

 Em        B7          Em
Ao longe uma coruja cantava alegre
    E7                          Am
De ver os dois caveiro assim feliz
               B7             Em
E quando se beijavam em tom fúnebre
    F#7          B7          Em
A coruja batendo asas, pedia bis.
 
 D7               G
Mas um dia chegou de "pé junto"
     B7                  F   E7
Um cadáver novo de um defunto
      Am     Em               Em7
E a caveira p'ra ele se apaixonou
      F#7                 B7
E o caveiro antigo, abandonou.

 D7                    G
O caveiro tomou uma bebedeira
     B7                  F   E7
E matou-se de um modo romanesco
    Am             Em      Em7
Por causa dessa ingrata caveira
         F#7            B7     Em
Que trocou ele por um defunto fresco.


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.