Cadete (Manuel Evêncio da Costa Moreira), cantor, compositor e instrumentista, nasceu em Ingazeira, PE, em 3/5/1874 e faleceu em Tibagi, PR, em 25/7/1960. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1887, a fim de matricular-se na Escola Militar, onde ganhou o apelido de “Cadete” e chegou a receber uma medalha das mãos de Pedro II, por ser o único a responder uma pergunta sobre o valor do grama.
Preso mais de uma vez por indisciplina, convenceu-se da impossibilidade de conciliar a boêmia com a rigidez da vida militar e abandonou a farda, aproximando-se dos chorões e seresteiros da época.
Conheceu Sátiro Bilhar, que o apresentou a Catulo da Paixão Cearense, em 1896, e, por seu intermédio, integrou-se na roda dos grandes chorões: Anacleto de Medeiros, Irineu de Almeida, Mário Pinheiro, Neco, Pedro de Alcântara, Juca Kalut, Eduardo das Neves, Quincas Laranjeiras, Cantalice, Luís de Souza e outros. Com Bahiano, Mário Pinheiro e Nozinho, formou o primeiro elenco de cantores profissionais da Casa Edison, introdutora no Brasil da gravação de discos de gramofone.
Principiando nos fins do séc. XIX com a gravação de cilindros metálicos (fonogramas), Fred Finger, proprietário do estabelecimento, lançou em 1902 o primeiro catálogo de discos (chapas de cera). Nele seu nome aparece gravado com a sigla K. D. T., cantando para a etiqueta Zon-O-phone cerca de 65 modinhas e lundus, todos da série em cuja lista já se encontravam alguns dos grandes sucessos do seresteiro, destacando-se a modinha Bem-te-vi (Miguel Emídio Pestana e Melo Morais Filho) e o lundu A mulata (Xisto Bahia e Melo Morais Filho). Fez também anúncios para a Casa Edison.
Em 1906 percorreu o Norte do país, apresentando-se no Ceará, Maranhão, Amazonas e Acre, excursionando depois pelo Uruguai e Argentina. No ano seguinte mudou-se para o Paraná e formou-se em farmácia em 1910, tendo morado em Tibagi, Campina Alta e Reserva. Fixou-se definitivamente em Tibagi, abriu uma farmácia e elegeu-se vereador.
Casou em 1908, enviuvou em 1937, casando novamente no ano seguinte. Visitava periodicamente o Rio de Janeiro para fazer gravações, tendo-se apresentado pela última vez nessa cidade em 1942, cantando em programa da Rádio Nacional. Afastando-se do meio artístico, quando morreu deixou grande coleção de discos, muitos dos quais são verdadeiras raridades.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - SP.
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