quinta-feira, 6 de abril de 2006

Dircinha Batista


Dircinha Batista (Dirce Grandino de Oliveira), cantora e compositora, nasceu em São Paulo SP em 7/4/1922. Filha do ventríloquo e humorista Batista Júnior (João Batista de Oliveira), de quem adotou o sobrenome artístico, e irmã da cantora Linda Batista, sua família já morava no Rio de Janeiro RJ, no bairro do Catete.


Aos quatro anos, começou a ser alfabetizada num grupo escolar da Praça José de Alencar, cursando os dois anos seguintes, respectivamente, nos colégios Sion e São Marcelo. Já aos seis anos fez sua estréia, cantando Morena cor de canela (Ari Kerner), em um espetáculo organizado por Raul Roulien, no Teatro Santana, em São Paulo, para o qual o pai tinha sido convidado. Passou então a apresentar-se como cantora, acompanhando o pai em suas apresentações.

Ainda em 1928, cantou com sucesso no Cine Boulevard, em Vila Isabel, Rio de Janeiro. No ano seguinte ingressou no Colégio Divina Providência, onde terminou o curso primário. Em 1930, com oito anos, gravou seu primeiro disco, na Columbia, com o nome de Dircinha de Oliveira. As duas primeiras músicas gravadas, Borboleta azul e Dircinha, eram de autoria de seu pai, e o acompanhamento foi feito por Gaó, Jonas e Zezinho (Zé Carioca).

Em 1933 gravou pela Odeon seu segundo disco, cantando A órfã e Anjo enfermo (Cândido das Neves), que, junto com Tute, a acompanhou no violão. Um ano mais tarde, estreou na Rádio Cajuti (hoje Vera Cruz), participando do programa de Francisco Alves; aí ficou apenas um ano, passando em seguida para a Rádio Clube (hoje Mundial).

Em 1935, quando cursava o ginásio no Ateneu São Luís, estreou no cinema, cantando Eu vi você no posto três (João de Barro), no filme Alô, alô, Brasil, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro. No ano seguinte, já com o nome de Dircinha Batista, cantou e dançou no filme de Ademar Gonzaga Alô, alô, Carnaval, interpretando as marchas Pirata e Muito riso, pouco siso (ambas de João de Barro e Alberto Ribeiro), gravadas no mesmo ano em disco Victor, da mesma forma que as marchinhas Meu sonho foi balão (Alberto Ribeiro) e Meu moreno (Hervé Cordovil).

A marchinha Periquitinho verde (Nássara e Sá Róris), seu primeiro grande sucesso, no Carnaval de 1938, aconteceu quase que por acaso: em 1937, Benedito Lacerda convidou-a para gravar na Columbia Não chora, música de sua autoria e de Darci de Oliveira, e, como não houvesse música para o outro lado do disco, Nássara terminou a segunda parte de Periquitinho verde no próprio estúdio, a tempo de ser incluída na gravação.

Em 1938, participou de três filmes: Bombonzinho, de Mesquitinha, e Banana da terra e Futebol em família, ambos de J. Rui. No final desse ano, gravou pela Columbia a marcha Tirolesa (Osvaldo Santiago e Paulo Barbosa), muito cantada no Carnaval seguinte. O ano de 1939 trouxe vários sucessos para a intérprete, contratada pela Columbia até 1953: entre eles, o chorinho Moleque teimoso (Roberto Martins e Jorge Faraj) e a marcha Barba Azul (Osvaldo Santiago).

Com a marcha Upa, upa (Meu trolinho) (Ary Barroso), marcou com êxito sua presença no Carnaval de 1940. Ainda nesse ano, foi escolhida como A Cantora da Cidade pelo jornal carioca O Globo, participou do filme Laranja da china, de J. Rui, e passou a pertencer, após curto período, ao elenco da Rádio Ipanema.

Sua primeira viagem artística ao exterior foi realizada também em 1940, quando se apresentou na Rádio Municipal e no Teatro Colón, de Buenos Aires, Argentina, em programas mantidos pelo governo brasileiro para propaganda do café.

A partir de 1943 seus discos passam a sair com o selo Continental (até 1948), e no mesmo ano começou a trabalhar na Rádio Tupi. Fez parte do elenco do filme Abacaxi azul, de J. Rui, em 1944, gravando outro sucesso para o Carnaval de 1945, o samba Eu quero é sambar (Peterpan e Alberto Ribeiro).

Em 1947, participou do filme Fogo na canjica, de Luís de Barros, e no ano seguinte foi a primeira artista a ser eleita Rainha do Rádio pela Associação Brasileira de Rádio. Fez sua estréia como radioatriz na novela Meu amor, de Hélio do Soveral, e gravou Nunca (Lupicínio Rodrigues), em 1951, ano em que também fez parte da Companhia Teatral de Derci Gonçalves, apresentando-se no Teatro Glória, do Rio de Janeiro. No final desse mesmo ano, assinou contrato com as rádios Nacional e Clube. Nesta última fez o programa Recepção, escrito por Eugênio Lira Francisco e dirigido musicalmente pelo maestro Alceu Bocchino. Quando a Rádio Clube fechou, permaneceu apenas na Rádio Nacional, onde fazia o programa Galeria Musical, escrito por Paulo Roberto e com direção musical de Leo Peracchi.

O ano de 1953 marcou sua segunda experiência teatral, também no Teatro Glória, desta vez com a Companhia Barreto Pinto, além de sua transferência para a gravadora Victor, onde gravou um de seus maiores êxitos, o samba-canção Se eu morresse amanhã de manhã (Antônio Maria). Nos seis anos seguintes participou de sete filmes: Carnaval em Caxias, de Paulo Wanderley, em 1954; Guerra ao samba, de Carlos Manga, em 1955; Tira a mão daí, de J. Rui, e Depois eu conto, de José Carlos Burle, em 1956; Metido a bacana, de J. B. Tanko, em 1957; É de xuá, de Vítor Lima, em 1958; e Mulheres à vista, de J. B. Tanko, em 1959.

No Carnaval de 1958, fez sucesso com a música Mamãe, eu levei bomba (J. Júnior e Oldemar Magalhães). Como repórter e animadora de programas, passou a trabalhar na TV Tupi, em 1961. Para o Carnaval de 1963, gravou, pela Mocambo, a marchinha O último a saber, de Klécius Caldas e Brasinha, a mesma dupla de Casa de sapé, que foi seu sucesso no Carnaval de 1965.

Em 1964 lançou A índia vai ter neném (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira). Na década de 1970 encerrou sua carreira, depois de mais de 40 anos de atividades artísticas e mais de 300 gravações em 78 rpm.

Algumas músicas


















Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

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