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segunda-feira, 8 de maio de 2006

Pedacinhos do céu

Waldir Azevedo
Pedacinhos do Céu (choro, 1951) - Waldir Azevedo

Disco 78 rpm / Título da música: Pedacinhos do céu / Autoria: Azevedo, Valdir (Compositor) / Azevedo, Valdir (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Continental, Setembro/1950 - Março/1951 / Nº Álbum 16369 / Lado B / Gênero musical: Choro


Sei que me amas com grande fervor,
Há em teus lábios mil frases de amor.
Entretanto, eu preciso ouvir a voz da razão
Para saber se direi sim ou não.

És para mim um formoso troféu,
Vejo em ti pedacinhos do céu.
Porém preciso refletir mais um pouquinho
Para não desiludir ao meu dorido coração,
Que ainda sente a emoção
De uma ingratidão.

Afinal, com amor, com fervor e muito apreço,
Eu agradeço
A grandeza, a beleza e a riqueza do troféu.
Julgo-me feliz, pois sempre quis
E tudo fiz, para exaltar um grandioso amor
E incluir neste chorinho,
Entre beijos e carinhos,
Pedacinhos lá do céu.

És para mim um formoso troféu,
Vejo em ti pedacinhos do céu,
Porém preciso refletir mais um pouquinho
Para não desiludir ao meu dorido coração,
Que ainda sente a emoção
De uma ingratidão.
Sei que me amas com grande fervor,
Há em teus lábios mil frases de amor.
Entretanto, eu preciso ouvir a voz da razão
Para saber se direi sim ou não.

És para mim um formoso troféu,
Vejo em ti pedacinhos do céu.
Porém preciso refletir mais um pouquinho
Para não desiludir ao meu dorido coração,
Que ainda sente a emoção
De uma ingratidão.

Afinal, com amor, com fervor e muito apreço,
Eu agradeço
A grandeza, a beleza e a riqueza do troféu.
Julgo-me feliz, pois sempre quis
E tudo fiz, para exaltar um grandioso amor
E incluir neste chorinho,
Entre beijos e carinhos,
Pedacinhos lá do céu.

És para mim um formoso troféu,
Vejo em ti pedacinhos do céu,
Porém preciso refletir mais um pouquinho
Para não desiludir ao meu dorido coração,
Que ainda sente a emoção
De uma ingratidão.

Delicado

Waldir Azevedo
Delicado (baião, 1951) - Waldir Azevedo - Interpretação: Waldir Azevedo e Seu Conjunto

Disco 78 rpm / Título da música: Delicado / Waldir Azevedo (Compositor) / Waldir Azevedo e Seu Conjunto (Intérprete) / Gravadora: Continental / Gravação: 1950 / Lançamento: 11/1950 / Nº do álbum: 16314 / Nº da matriz: 2391 / Gênero musical: Baião / Coleções de origem: IMS, Nirez


Querendo um baiãozinho / Que seja bem gostosinho
Que seja delicadinho / Escute com atenção
Aqui está o baião / Falando ao coração

Veja / como ele é tão delicado

Faz até pensar / No amor que ficou no passado
Eu sei / Que o mundo inteiro vai me dar razão
Pois / Levo a consolação do tal amor
O qual alguém perdeu outrora / Que o baião vai lembrar agora
O nome sempre varia / Pra uns o nome é Maria / Glorinha, Rute ou Aurora

A todos / O nome é inesquecível

Esta é a verdade / Embora pareça incrível
Eu provo / E todos vivem sempre a esconder

Ouça / O que o amor pode fazer 

Faz gemer assim / Ui, ui, ui, ui, ui / Ai, ai, ai, ai, ai
Ninguém / Deve esconder muito a sua dor
Porque / Assim mais cresce ainda o mal do amor

Fingir / Que é feliz é uma ilusão 

Só magoa o coração / Faça sempre assim
Ui, ui, ui, ui, ui / Ai, ai, ai, ai, ai / Verás que é mais gozado
E quando terminado / Virá pedir outro baião.


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Brasileirinho

Waldir Azevedo
Primeira composição de Waldir Azevedo - a maior expressão brasileira do cavaquinho, instrumento limitadíssimo, mas do qual conseguia extrair um som extraordinário -, "Brasileirinho" aconteceu por sugestão de um sobrinho seu, menino de dez anos: brincando com um cavaquinho que só tinha uma corda, o garoto pediu-lhe que fizesse uma música que pudesse tocar, nascendo daí, em 1947, a primeira parte do choro.

Contratado pela Continental, Waldir estreou com "Brasileirinho", que rapidamente alcançou um grande sucesso, sendo escolhido para fundo musical da propaganda de diversos candidatos em campanha eleitoral na ocasião. Esta composição que lhe rendeu o suficiente para comprar um apartamento à vista, abriu-lhe as portas para a sua carreira, tornando-se peça obrigatória em seus shows.

Na esteira do sucesso, Ademilde Fonseca gravou-o em 1950, com letra de Pereira Costa, acompanhada pelo próprio Waldir. Daí em diante, "Brasileirinho" seria gravado por dezenas de artistas, no Brasil e no exterior, podendo-se dizer que um espetáculo de choro não estará completo sem esta composição, de preferência no final.

Brasileirinho (choro, 1949) - Waldir Azevedo e Pereira da Costa - Intérprete: Ademilde Fonseca

Disco 78 rpm / Título da música: Brasileirinho / Pereira Costa (Compositor) / Waldir Azevedo (Compositor) / Ademilde Fonseca (Intérprete) / aldir Azevedo e Seu Conjunto com Abel [Clarinete] (Acomp.) / Gravadora: Continental / Gravação: 1950 / Lançamento: 07/1950 / Nº do Álbum: 16256 / Nº da Matriz: 2315 / Gênero musical: Choro / Coleção de origem: Nirez


A                                      D7/9
O brasileiro quando é de choro é entusiasmado
                                A
Quando cai no samba, não fica abafado
           E                      A
E é um desacato quando chega no salão
             E                                    A
Não há quem possa resistir quando o chorinho brasileiro 
faz sentir
                  E       
Ainda mais de cavaquinho com um pandeiro
                    A
E o violão na marcação
       Am                                                 Dm
Brasileirinho chegou a todos encantou fez todo mundo a dançar
                                           E
A noite inteira, no terreiro, até o sol raiar
                                               Am
Quando o baile terminou a turma não se conformou
 G#m    Gm F#m     Fm Em B7
Brasileirinho      abafou
       E                                           Am
Até o velho que já estava encostado nesse dia se acabou
              Am               
Pra falar a verdade estava conversando com alguém
        Dm                                               E
de respeito,  e ao ouvir, o grande choro, eu meti os peitos
                            A7
Deixei o camarada falando sozinho, 
       Dm                      Am
    cantei, pulei, dancei, brinquei
                                  B7
Até me acabei e nunca mais esquecerei 
              E              A
      o tal chorinho brasileirinho


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

domingo, 9 de abril de 2006

Waldir Azevedo

Waldir Azevedo, instrumentista e compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 27/1/1923 e faleceu em São Paulo em 21/9/1980. Nascido no bairro da Piedade e criado no Engenho Novo, aos sete anos comprou uma flauta transversal com o dinheiro obtido na venda dos passarinhos que apanhava.


Influenciado por amigos com que se reunia aos sábados para tocar, resolveu trocar a flauta pelo bandolim. Passou depois para o cavaquinho, instrumento que deixou de lado quando entrou em moda o violão elétrico. Por essa época também tocava violão, mas foi como flautista que se apresentou em público pela primeira vez, no Carnaval de 1933, executando o Trem blindado (João de Barro) no Jardim do Meyer.

Problemas cardíacos o impediram de realizar seu sonho de ser aviador, e empregou-se na Light. Em 1945, quando passava a lua-de-mel em Miguel Pereira RJ, recebeu um telefonema de um amigo, avisando sobre uma vaga no regional de Dilermando Reis, em um programa da Rádio Clube do Brasil. Tocou cavaquinho durante dois anos no conjunto, assumindo sua liderança em 1947, com a saída de Dilermando Reis.

Sua primeira composição foi o choro Brasileirinho, cuja parte inicial é quase toda numa só corda, gravado na Continental, por sugestão de João de Barro, diretor artístico da gravadora. A década de 1950 representou o ponto mais alto de sua carreira, fazendo muito sucesso com as composições Delicado (baião), Pedacinhos do céu, Chiquita e Vê se gostas, entre outras.

Durante 11 anos percorreu a América do Sul e a Europa, incluindo duas excursões patrocinadas pelo Itamarati, na Caravana da Música Brasileira, e nas outras com o seu conjunto. Suas músicas foram gravadas no Japão, Alemanha, EUA., onde o disco de Percy Faith e sua orquestra, com a faixa Delicado, vendeu mais de um milhão de cópias. Participou de um programa na B.B.C. de Londres, Inglaterra, transmitido para 52 países.

Teve 132 músicas gravadas, entre chorinhos, valsas e baiões, lançou 20 LPs (um deles com Jacó do Bandolim) e cerca de 50 discos de 78 rpm. Em 1964, por morte de sua filha, afastou-se dos meios musicais. Mudou-se para Brasília DF em 1971, onde sofreu um acidente com um cortador de grama em que quase perdeu seu dedo anular, impedindo-o de tocar durante um ano e meio. Recuperou-se somente depois de várias cirurgias e muitos exercícios, voltando a gravar.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.