terça-feira, 11 de abril de 2006

Dominguinhos


Dominguinhos (José Domingos de Morais), instrumentista e compositor, nasceu em Garanhuns PE, em 12/2/1941, e faleceu em São Paulo SP, em 23/7/2013. Aos seis anos, com seus irmãos Morais (pianista) e Valdo (acordeonista), já tocava sanfona de oito baixos nas portas dos hotéis e nas feiras de Garanhuns, Caruaru PE e municípios vizinhos.


Aos sete anos, foi ouvido por Luiz Gonzaga, que lhe deu seu endereço no Rio de Janeiro RJ. Seis anos depois, indo morar com o pai e o irmão mais velho no subúrbio carioca de Nilópolis (onde aos sábados participava de forrós), resolveu procurar Luís Gonzaga e ganhou dele uma sanfona.

Formou, em 1957, um trio, com Borborema e Miudinho, e pouco depois precisou aprender os ritmos da moda, como boleros e sambas-canções (pois só sabia baião), para se apresentar com o irmão Morais num cassino em Vitória ES. De volta ao Rio de Janeiro, tocou na gafieira Cedo Feita, na Churrascaria Gaúcha, na boate Balalaica e no Dancing Brasil, onde formou o grupo Nenê e seu Conjunto (Nenê foi seu primeiro apelido).

Em 1967, apresentava-se na Rádio Nacional, sendo convidado por Pedro Sertanejo para gravar pela etiqueta Cantagalo seu primeiro LP (gravaria a seguir mais sete LPs de forró nessa etiqueta).

Formou, em 1968, uma dupla com a compositora e cantora Anastácia e, em 1972, tocou pela primeira vez em teatro, no show de Luís Gonzaga Luís Gonzaga volta pra curtir, apresentado no Teatro Teresa Raquel, no Rio de Janeiro, no qual se destacou.

No ano seguinte fez parte do grupo que se apresentou com Gal Costa no MIDEM, em Cannes, França, acompanhando, na volta, a cantora no seu show Índia.

Um de seus maiores sucessos como compositor foi Eu só quero um xodó (com Anastácia), gravado por Gilberto Gil, em 1974, ano em que participou do show A feira, com o Quinteto Violado. Tomou parte ainda em vários espetáculos de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia.

Em 1980 apresentou-se no II Festival Internacional de Jazz, em São Paulo SP e, no ano seguinte, teve presença destacada no programa Som Brasil, da TV Globo.

Em 1984 sua música Tantas palavras, parceria com Chico Buarque, foi gravada por Chico no álbum Chico Buarque, com sucesso. As vendas de seus discos cresceram, em meados da década de 1980, puxadas por dois sucessos, ambos com Nando Cordel: a romântica De volta pro aconchego, gravada por Elba Ramalho, e o forró Isso aqui tá bom demais, que ele gravou com Chico Buarque. As duas versões foram incluídas na trilha sonora da novela Roque Santeiro, da TV Globo. Nesse ano, acompanhou Toquinho no show Canta Brasil, no Teatro Sistina, de Roma, Itália.

Em 1993 criou o projeto Asa Branca, patrocinado pela Caixa Econômica Federal, levando shows gratuitos às praças públicas, nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins etc. Lançou em 1997 o CD Dominguinhos e convidados cantam Luís Gonzaga (2 CDs, Velas) e participou da trilha sonora do filme O cangaceiro, de Aníbal Massaine Filho, lançada em CD pela RCA/BMG. Nesse ano a Editora Globo lançou Dominguinhos (CD e fascículo), no 34 da coleção MPB Compositores.

Entre outros intérpretes de suas músicas, destacam-se Maria Betânia, com Lamento sertanejo (com Gilberto Gil); Fagner, com Quem me levará sou eu (com Manduka); e sua parceira e esposa Guadalupe (Maria de Guadalupe Vieira Mendonça), com Esse mato, essa terra, incluída na trilha sonora do filme Aventuras de um paraíba, de Marco Altberg (1985). Em 1997 compôs a trilha de O cangaceiro, filme de Aníbal Massaini Neto.

Músicas cifradas de Dominguinhos


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Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

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