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sábado, 1 de agosto de 2009

Duo Brasil Moreno

Duo Brasil Moreno - Dupla sertaneja formada pelas irmãs Dora (Dora de Paula, Guariba-SP 1917-) e Didi (Antônia Glória de Paula, Guariba-SP 1924-). As irmãs foram criadas na cidade de Cambará (PR), com mais dois irmãos.

Começaram a cantar no coral da Igreja Santa Cecília em Cambará, juntamente com os irmãos. Em 1940, a família mudou-se para São Paulo. Dora e Didi formaram com os irmãos o Quarteto Brasil Moreno. Passam a se apresentar em programas de calouros das rádios Record e Cultura. O quarteto virou Trio Brasil Moreno, quando o irmão foi chamado para o serviço militar. O trio continuou a participar de programas de calouros.

Em 1943, ao tirarem o primeiro lugar no programa de Otávio Gabus Mendes e Geraldo Mendonça, são convidados a assinar contrato com a PRB-9. Em 1951, o trio transformou-se no Duo Brasil Moreno, com a saída da irmã (Helena), que abandonou a carreira artística para se casar. O Duo Brasil Moreno teve inúmeras participações em programas radiofônicos, inclusive no programa História da Música, na Rádio Record, produzido e apresentado por Almirante.

Em 1952, a dupla gravou seu primeiro 78rpm, pela Star, subsidiária da Copacabana. O disco incluía as canções Chalana, de Mário Zan e Arlindo Pinto, e Abandonada de Mário Zan e Palmeira. Graças ao sucesso alcançado, especialmente com o rasqueado Chalana, vários discos se seguiram.

Em 1961 lançaram pela Chantecler a guarânia Último adeus, de Luiz de Castro e o bolero Bis para o amor, de José Bettio e Roberto Stanganelli. No mesmo ano gravaram na Sertanejo o rasqueado Pedaço de coração, de Elpídeo dos Santos em parceria com a dupla e o xote China morena, de Raul Torres e Sebastião Teixeira. Posteriormente lançaram, pela Copacabana, seu primeiro LP, com o qual colecionaram sucessos como Natal no sertão, de Palmeira e Mário Zan, Campo Grande, de Raul Torres, Canção do trolinho, de Hervé Cordovil , e Flor de Tupã, de Mário Zan e Palmeira.

A dupla gravou também, pela Copacabana, várias versões, lançadas em 78rpm. Fizeram , entre outros, um programa na Rádio Record, todas as segundas-feiras, que aconteceu por 16 anos. Atuou em diversas emissoras de televisão de São Paulo e excursionou por vários estados. Em 1974, o Duo Brasil Moreno gravou um LP, de repertório exclusivamente sertanejo, acompanhado de toda a família.

Fontes: Encilopédia da Música Brasileira - Art Editora; Dicionario Cravo Albin de Musica Popular Brasileira.

Duo Ciriema


Duo Ciriema - Dupla sertaneja formada por Aparecida Martins Batista (Franca-SP 1940-) e Irene Lopes (Franca-SP 1941-). Iniciaram carreira em 1960, cantando no programa Alvorada Cabocla, da Rádio Nacional, de São Paulo, e um ano depois estreava em disco com Não beba mais não (Jeca Mineiro e Orlandinho).

Sempre acompanhadas pelo acordeonista e compositor Orlandinho, a dupla atuou em várias emissoras de rádio paulistas, como a Nacional, América, Bandeirantes e Piratininga. Passou então a excursionar pelo Norte deo país, onde fez grande sucesso, seguindo depois para o Nordeste - Bahia, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

Em 1962 gravou na RCA seu primeiro LP, em que se destacaram o rasqueado Ciriema (Nhô Pai e Mário Zan) e Não bebas mais (Nísio), lançando pouco depois outro LP, que incluiu, entre outros, Lencinho de nhanduti (Piraci e Nhô Fio), música de grande sucesso até em Assunção, Paraguai, onde o duo cumpriu temporada em 1964. Do Paraguai trouxe u7ma composição do embaixador e escritor Mario Palmério, a guarânia Saudade, de expressivo êxito.

Ne4ssa época a dupla afastou-se da vida artística, só retornando em 1972 quando gravou na Continental os sucessos Chitãozinho e chororó (Serrinha e Atos Campos), Como era bom aquele tempo (César e Cirus), Rogo ao Senhor (J. K. Filho e Miguel da Portela) e Hei de vencer (Juvenal Fernandes e Capitão Furtado).

No ano seguinte, pela mesma gravadora, o duo lançou novo LP, em que foi incluída a guarânia Saudade, só então levada a disco, e Não bebas mais não, seu primeiro sucesso, que deu título ao disco, além de Mensagem de esperança (Capitão Furtado e João Pacífico), tema da novela escrita por Capitão Furtado com o mesmo título.

Em 1975 gravou outro disco, pela Copacabana, em que se destacaram Onde tu irás sem mim (J K. Filho e Zito Bertinato) e Vivo chorando, chorando (Everaldo Ferraz e Sílvia Boanato).

O duo encerrou definitivamente suas atividades no final de da década de 1970.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Irmãs Castro

Irmãs Castro - Dupla sertaneja formada por Maria de Jesus Castro (Itapeva/SP, 1926) e Lourdes Amaral Castro (Bauru/SP, 1928).

Em 1938, Maria de Jesus e Lourdes Amaral participaram escondidas dos pais do concurso Descobrindo Astros do Futuro, em Bauru (SP). Venceram o concurso e continuaram a cantar músicas em inglês numa rádio local.

A carreira profissional da dupla teve início quando Nhô Pai as viu cantando e gostou do duo perfeito das vozes. Nhô Pai pediu então autorização aos pais de Maria de Jesus e Lourdes Amaral para ensiná-las o gênero sertanejo.

No início dos anos 1940, receberam convite para cantar no Rio de Janeiro. Devido à idade, tiveram que falsificar as certidões de nascimento para poder cantar em cassinos.

Na Capital Federal cantaram nas Rádios Tupi, Globo, Mayrink Veiga. Em São Paulo atuaram nas rádios Cultura, Tupi e Bandeirantes. Em 1944, gravaram seu primeiro disco, interpretando o corrido Não me escrevas, de Gabriel Ruiz e Nhô Pai, e o rasqueado Che cabu (Vem cá), de Nhô Pai. No ano seguinte, gravaram novo disco contendo o valseado Faz um ano, de F. Valdez Leal e Nhô Pai, e o corrido Beijinho doce, de Nhô Pai, que se tornaria o maior sucesso da dupla e um dos clássicos da música sertaneja.

Com o sucesso obtido com a gravação de Beijinho doce, as Irmãs Castro tornaram-se estrelas. Seus discos começaram a vender em grandes quantidades. Em 1945, gravaram Sou roceira, chamego de Cuates Castilla e Ariovaldo Pires, e a valsa Cidade morena, de Nhô Pai e Riellinho.

Em 1947, gravaram Noites do Paraguai, guarânia de S. Aguayo, com versão de Ariovaldo Pires, uma das muitas versões de canções paraguaias e mexicanas que a dupla gravou. No mesmo disco estava o rasqueado Ciriema, de Nhô Pai e Mário Zan, outro de seus grandes sucessos. Com o sucesso que estavam obtendo, passaram a receber vários convites. Apresentaram-se em circos e rádios por todo o Brasil. Cantaram também em diversos países da América Latina, tais como Paraguai, Uruguai e Argentina.

Em 1956, gravaram a guarânia Luar de Aquidauana, de Anacleto Rosas Jr. e Zacarias Mourão. Por essa época fizeram excursão ao Paraguai para se apresentar por uma semana no Teatro Vitória, o maior de Assunção. Acabaram ficando um mês, sendo transferidas em seguida para o Teatro Municipal, já que o conjunto americano The Platters iria se apresentar no Vitória. The Platters teve que esperar a transferência das irmãs Castro e ficou com lotação pequena enquanto as duas estiveram em Assunção. De retorno ao Brasil, vieram em avião cedido pelo governo daquele país. No Paraguai fizeram sucesso principalmente com Che Yara porã tupy, de Ariovaldo Pires e Riellinho, e Che china mi, de Antônio Cardoso e Ariovaldo Pires.

Em 1974, lançaram um LP pela Chantecler, quando regravaram antigos sucessos como Beijinho doce, além de outras músicas, como Pelejo pra te deixar, de Biá e Gauchito. Em 1984, participaram do programa Viola minha viola, na TV Cultura de São Paulo.

Dissolvida em 1985, foi a primeira dupla feminina a gravar música sertaneja.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha; http://www.radioterra.fm.br/artistas/?id=51

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Gaúcho

Gaúcho ( Francisco de Paula Brandão Rangel ), nasceu em Cruz Alta – RS em 1911 e faleceu no Rio de Janeiro – RJ em 1971. Em 1933 conheceu Joel de Almeida nas rodas boêmias do bairro carioca da Tijuca, e logo começaram a se apresentar em festas e serenatas.
No ano seguinte Renato Murce levou-os para seu programa Horas do Outro Mundo, na Rádio Phillips. Contratados pela emissora passaram a cantar no Programa Casé, com Gaúcho acompanhando ao violão e Joel batucando no chapéu de palha. Foram chamados de os irmãos Gêmeos da Voz por Alziro Zarzur, embora Cesar Ladeira tenha sido creditado com a invenção do apelido.
Em 1935 a dupla obteve seu primeiro destaque em disco com Estão batendo (Gadé e Valfrido Silva) gravado na Columbia. Em 1936, pela Victor, lançaram Pierrô apaixonado (Heitor dos Prazeres e Noel Rosa) marcha de grande sucesso no Carnaval, que marcou o início de uma série de êxitos carnavalescos. No mesmo ano a dupla participou do filme Alô, alô Carnaval passando também a se apresentar nos cassinos da Urca e Atlântico além do Copacabana Palace Hotel.

No Carnaval de 1940 a dupla obteve outro grande sucesso com “ Cai, cai (Roberto Martins) lançando no mesmo ano a marcha Maria Caxuxa (Antônio Almeida e Saint-Clair Sena) e, no carnaval de 1941, Aurora (Roberto Roberti e Mário Lago) com enorme êxito. No ano seguinte a dupla gravou o sucesso A mulher do padeiro (J. Piedade, Germano Augusto e Bruni) e em 1943 a marcha O Danúbio...azulou (Nássara e Eratóstenes Frazão).

Outro grande êxito da dupla foi o Boogie-woogie do rato (Denis Brean) lançado em 1947, ano em que também excursionou por Buenos Aires, Argentina, apresentando-se na boate Embassy e na Rádio El Mundo. Na capital argentina a dupla se desfez, tendo Joel lá permanecido como cantor e Gaúcho retornado ao Brasil.
Em 1952 voltou a fazer dupla com Joel, mas somente por breve período. Gaúcho abandonou a rádio e foi morar em Itacuruça – Rio de Janeiro.

Em 1962 gravou novamente com Joel um LP, na RCA Victor, relançando antigos sucessos.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Canário e Passarinho

A dupla sertaneja Canário e Passarinho era formada pelos irmãos Antônio Bérgamo, o Canário (Altinópolis SP 1934-) e Pedro Bérgamo, o Passarinho (Altinópolis SP 1936-). Trabalharam inicialmente na lavoura, cantando em festas na escola.

Em 1959, com o nome de Canário e Canarinho, participaram das eliminatórias do segundo torneio Roda de Violeiros, na Rádio Clube de Orlândia SP, obtendo sucesso.

Viajaram depois para São Paulo - onde Canarinho adotou o nome de Passarinho -, começando a trabalhar como faxineiros de hotel, participando em seguida do prograama Alvorada Cabocla, de Nhô Zé, na Rádio Nacional.

Em 1961, a dupla foi aprovada num teste da Chantecler, gravando seu primeiro disco, Adeus (Aparecido Ferreira e Canário) e Romaria trágica (Anacleto Rosas Júnior).

Dois anos depois, a dupla gravou seu primeiro LP na Continental, destacando-se Gaiola de ouro (da dupla) e Eu, ela e o garçom (José Ferreira e Canário).

Em 1967, o LP Cantando para o Brasil (Chantecler) trouxe Folclore brasileiro, Filho de Maria e Vida de artista, entre outras. No ano seguinte, o LP Caneta de ouro (Chantecler), incluiu Mulher do Juca e Dois italianos.

O LP de 1970 foi Canário e Passarinho, prá frente (Chantecler), com Herói vencido e Vá embora tristeza. Em 1981 veio o LP Arapuca (Chantecler), com Moreninha do Paraná e Não amo ninguém.

Já gravaram 8 discos 78 rpm, 9 compactos duplos, 39 LPs e 2 CDs de relançamentos, além de participações em LPs e CDs mistos. Por um período, gravavam seus programas, em estúdio próprio e enviavam para rádios de diferentes pontos do País.

A dupla, que se consolidou como um dos grandes nomes da música sertaneja "de raiz", se mantém até hoje, mas apenas para eventos especiais.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e publiFolha.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Célia e Celma

A dupla sertaneja Célia (Célia Mazzei - Ubá, MG - 2/11/1952) e Celma (Celma Mazzei - Ubá, MG - 2/11/1952), irmãs gêmeas, começaram a cantar ainda crianças. O pai era fotógrafo profissional e nas horas vagas tocava bombardino numa banda da cidade de Ubá.

Aos cinco anos de idade começaram a cantar no rádio e em circos da cidade. Participaram de festas típicas e religiosas, foram coroadeiras de Nossa Senhora, e pelas ruas da pequena cidade acompanhavam os irmãos mais velhos em tradicionais serenatas. Estudaram música no Rio de Janeiro e se diplomaram pelo Instituto Villa-Lobos. Paralelamente começaram a cantar,como profissionais,em orquestras de baile.

Em 1975, viajaram ao Japão e, na casa Saci Pererê, se apresentaram por seis meses cantando música brasileira. Em 1990 participaram da novela Ana Raio e Zé Trovão, da TV Manchete, na qual foram as personagens Luminada e Luminosa. Em 1995, receberam do governo de Minas Gerais o título Embaixador do Centenário, pelo trabalho em prol da cultura do estado.

Celia e Celma já dividiram o palco com grandes nomes, como Cauby Peixoto, Emílio Santiago e até mesmo com o ministro da cultura, Gilberto Gil, cantando Aquarela do Brasil no centenário de Ary Barroso, em 2003, no Palácio do Planalto.
Produzem, dirigem e apresentam o programa Celia & Celma, no Canal Rural, desde abril de 1998, espaço aberto para a música de raiz e o folclore brasileiro. São autoras dos livros A cozinha caipira de Celia & Celma, Nova Fronteira, 1994, e Por todos os cantos, Ibrasa, 2004, com prefácio do jornalista Sérgio Cabral e apresentação do vice-presidente da república, José Alencar Gomes da Silva.

Também tiveram participação, cantando em cena, em O viajante, filme de Paulo César Sarraceni, de 1998, e atuaram no documentário Carrego comigo, de Chico Teixeira, de 2002. Participaram ainda do programa Meu Cunhado, no SBT, em 2004, ao lado do comediante Ronald Golias.
Discografia
Pilantrália (c/Carlos Imperial e a Turma da Pesada), 1970, Odeon LP; O coelhinho e o ratinho. Célia e Celma para o público infantil, 1970, Odeon Cs; Portela e Dó ré mi fá (Turma da Pesada), 1971, Odeon Cs; Cabo Frio devagar, 1971, Continental Cs; Procurando tu (Turma da Pesada), 1972, CID Cs; Célia e Celma. Vem quente que eu estou fervendo, 1978, Continental Cs; Célia e Celma, 1987, 3M LP; Na cozinha caipira de Célia e Celma, 1996, CD; Ary Mineiro (Revivendo), 1998, CD; Caipirarte, 1999, CPC-Umes CD.
Fontes: Senac-SP; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Campanha e Cuiabano

Antônio Campanha (Campanha) nasceu em Monte Alto-SP no dia 05/12/1925; Olívio Campanha (Cuiabano) nasceu também em Monte Alto-SP no dia 05/03/1928 e faleceu em São José do Rio Preto-SP no dia 16/06/1981.

Antônio iniciou sua carreira musical ainda criança, com apenas 12 anos de idade, quando formou dupla com seu irmão mais velho Augusto Campanha, que era considerado excelente cantor e violeiro, na época. Integrou com alguma regularidade a dupla Campanha e Angelim e, quando já contava com seus 20 anos, Antônio venceu um concurso de cantadores na região e integrou também a dupla Campanha e Paulista.

Junto com seu irmão Olívio, Antônio chegou tocar em alguns circos em São José do Rio Preto-SP. A dupla com Olívio foi formada nessa época, no ano de 1948, ocasião na qual começaram cantando na Rádio PRB-8 de São José do Rio Preto-SP. A nova dupla costumava se apresentar com o nome de "Irmãos Campanha" e também como "Campanha e Seu Ir mão".

No ano de 1952, Antônio e Olívio seguiram para a capital paulista onde fizeram um teste na Rádio Nacional, com o diretor Costa Lima. Foram aprovados e se apresentaram durante vários anos nessa famosa emissora paulistana. Antes disso, os dois irmãos estiveram pertinho de fechar o contrato com a extinta Rádio Tupi, mas acabaram, de última hora, perdendo a vaga para a dupla Palmeira e Luizinho. Foi por sujestão dos compositores Arlindo Pinto e Anacleto Rosas Jr. que Antônio e Olívio acabaram adotando para a dupla o nome artístico de "Campanha e Cuiabano", apesar de Olívio não ter nascido em Cuiabá.

De acordo com Ayrton Mugnaini Jr. em seu livro Enciclopédia das Músicas Sertanejas e também no encarte do CD da dupla na Série Luar do Sertão lançada pela BMG, "...numa reunião de amigos, incluindo Arlindo Pinto e Anacleto Rosas Jr., comentou-se que 'Irmãos Campanha' não era um bom nome, por ser pouco marcante, não destacando um ou outro integrante da dupla. Perguntou-se quem mais se destacava; era Antônio, o compositor. Então ele ficou sendo o Campanha. Faltava um nome marcante para seu irmão; e o escolhido foi Cuiabano, por ser sonoro e ainda não ter sido usado por qualquer outra dupla vocal..."

O primeiro disco 78 RPM de Campanha e Cuiabano foi gravado no ano de 1953, com o cururu Barra Bonita (Arlindo Pinto - Priminho) e a moda campeira Pião Vira-Mundo (Campanha - Benedito Seviero). No ano seguinte, Campanha e Cuiabano conheceram o acordeonista Célio Cassiano Chagas, o Celinho, de Conceição das Alagoas-MG, que se juntou à dupla e os acompanhou durante alguns anos, porém, somente em apresentações ao vivo.

A partir de 1960, Celinho passou a acompanhar a dupla Pedro Bento e Zé da Estrada, com quem se apresenta até os dias atuais. Campanha e Cuiabano também foram acompanhados em algumas gravações pelo acordeonista Pirigoso. Foi no ano de 1957, que Campanha e Cuiabano gravaram pela primeira vez Meu passarinho (Campanha - Zé Rosa) , sem dúvida, o maior sucesso da dupla.

Também merecem destaque outras belíssimas interpretações de Campanha e Cuiabano tais como Genuína cana verde (Celinho - Lázaro Franco de Godoy), Novo Castelo (Campanha - Pirigoso), Um berrante na solidão (Ramon Cariz - George AB), Desprezo de amor (Souza - Campanha), Rolinha cabocla (João Pacífico - Raul Torres), Morrendo de saudade (Jane Rossi da Rocha - Cuiabano), Lá na fazenda (Francisco Lacerda - Ricarda Jardim) e Rei da estrada (Quintino Eliseu - Luiz Alves Pereira), apenas para citar algumas.

Apesar de terem gravado na Sinter, Copacabana, RCA, Odeon e Chantecler, a discografia de Campanha e Cuiabano encontra-se quase que totalmente esquecida e praticamente inexistente no comércio, excessão apenas ao CD da série Luar do Sertão que a BMG remasterizou no ano 2000, com belíssimas interpretações bastante representativas da dupla, gravadas entre 1961 e 1963.

Cuiabano, pouco antes do seu falecimento em 1981, chegou a transferir seu nome artístico ao seu outro irmão João Jaime Campanha (nascido em Palestina-SP em 1943 e falecido em São José do Rio Preto-SP em 1999). Campanha ainda chegou a formar uma dupla com o acordeonista Pirigoso com quem gravou o LP Mourão da porteira pela K-Tel em 1981. E em 1983 Campanha chegou a gravar em carreira-solo o LP Baile das cordas pelo selo Laço.

Consta que Campanha trabalha atualmente como empreiteiro na compra e venda de imóveis e também apresenta o seu programa de rádio na Emissora Independência de Mirassol-SP.

Fontes: Boa Música Brasileira; Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista Viola Caipira.

Duo Guarujá

Dupla sertaneja formada por Nilsen Ribeiro e Armando Castro. Nilsen começou cantando em festas de amigos, onde impressionava os convidados. Acabou impressionando também a Armando Castro, crooner do grupo Vagalumes do Luar, que era conjunto exclusivo da Rádio Record e da gravadora Continental. Durante um ano fez parte da equipe contratada pela Rádio Farroupilha.

Em 1951, Nilsen e Armando se casaram. Resolveram formar uma dupla adotando o nome artístico de Duo Guarujá, escolhido em concurso. Em 1955, gravaram o primeiro disco cantando a canção italiana Non dimenticare e a guarânia Filha de Maria, de Mário Vieira e Ado Benatti. Fizeram grande sucesso.

Em 1956, recebem o Prêmio Roquette Pinto como o melhor duo vocal. Também naquele período, três músicas suas entraram nas paradas de sucesso. Em 1958, gravaram dois de seus maiores sucessos, o huapango Cucu-rru-cucu Paloma de T. Mendez e Carlos Américo, e a guarânia Cabecinha no ombro, de Paulo Borges. Cabecinha no ombro permaneceu seis meses em primeiro lugar nas paradas e obteve todos os prêmios de música na época. Seu repertório compunha-se predominantemente de boleros.

Em 1960, gravaram o bolero Alguém me disse, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, e a guarânia Serenata suburbana, de Capiba.

Em 1977, fizeram a gravação da música Despedida, de Roberto Carlos. Ao longo da carreira gravaram cerca de 30 discos 78 rpm e 23 Lps.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

domingo, 18 de novembro de 2007

Abel e Caim

Abel e Caim é uma dupla sertaneja formada pelos primos José Vieira (Itajobi SP 1929—) e Sebastião Silva (Monte Azul Paulista SP 1944—). Sebastião, o Caim, iniciou carreira na infância, integrando o Trio Mirim, que em 1955 tinha um programa próprio, de muito sucesso, na Rádio Clube de Marília SP.

Em 1956 José (Abel) formou dupla com Xupim, atuando na Rádio A Voz de Catanduva. Mais tarde, os dois primos se encontraram e resolveram apresentarem-se juntos em São Paulo SP, atuando na TV Cultura, canal 2, no programa Cidade Sertaneja.

Em 1966, foram premiados num torneio de violeiros, ocasião em que Gilberto Meireles sugeriu que adotassem o nome artístico de Abel e Caim. No ano seguinte, a dupla gravou o primeiro LP na Chantecler, incluindo, entre outros, os sucessos Desilusão (Dadá), Santa Luzia (Iolando Mondim e Dorival Teixeira) e Mãe amorosa (Tanabi e Aleixinho), sendo este um dos maiores destaques de sua carreira. No ano seguinte lançou outro LP pela Chantecler, com os sucessos A bandinha (Leo Canhoto), Menino boiadeiro (Tanabi) e A natureza (Dino Franco), entre outros.

Em 1968 a dupla gravou duas músicas pela Continental, Derradeiro adeus (Dino Franco) e Milagre do retrato (Sulino e Paulo Calandro), e dois anos depois, pela etiqueta Tropicana da CBS lançou outro LP, em que se destacaram as faixas Arca de Noé (Martins Neto) e Pretinho aleijado (Teddy Vieira e Luisinho).

Em 1972, na RCA, a dupla gravou um LP, incluindo os sucessos Chuva, sangue da terra (Lourival dos Santos e Tião Carreiro) e Triste ocorrência (Jack e Abel), lançando em 1975 mais um LP, pela Continental, com os sucessos O barco (Jack e Abel), O menino e o cachorro (Dino Franco e Caim), Adeus, boiada (Nestor e Zeca) e Ingratidão de filho (Jack e Caim), entre outros.

Trinta anos depois do primeiro disco gravado, a dupla continua se apresentando com sucesso em feiras, rodeios e circos, principalmente em cidades do interior.

CDs

Abel e Caim, 1991, Continental 997280-2; Som da Terra: Abel e Caim, 1994, Warner 997780-2.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Irmãs Galvão

Irmãs Galvão - Dupla sertaneja formada por Mary Zuil Galvão (Ourinhos SP 1940-) e Marilene Galvão (Palmital SP 1942-). Mary toca sanfona; Marilene, viola e violão. Incentivadas pelos pais, formaram a dupla em julho de 1947, em Sapesal SP.


Apresentaram-se depois na Rádio Paraguaçu Paulista, em programa de auditório, já com grande sucesso. No ano seguinte, cantaram na Rádio Difusora, de Assis SP, no programa Pinguinho de Gente.

Em 1952 viajaram para São Paulo SP com os pais. O pai inscreveu a dupla no programa Tenda do Salomão, na Rádio Piratininga. Depois passaram para o programa Torre de Babel, da Rádio Piratininga, ao lado de artistas famosos como Nelson Gonçalves e Dolores Duran. Contratada pela Rádio Nacional, a dupla apresentou-se no programa Ronda dos Bairros.

Em 1954 estrearam na Rádio Bandeirantes, no programa Serra da Mantiqueira, com o Comendador Biguá e Capitão Barduíno. Seus primeiros discos 78 rpm foram gravados em 1957 e 1958, na RCA Victor.

Em 1959 foram contratadas pela Chantecler, na qual gravaram seu primeiro LP, além de alguns discos 78 rpm. É a mais antiga dupla sertaneja feminina em atividade no Brasil. Comemorou seus 50 anos de carreira com um show no parque da Água Branca, em São Paulo, com a presença de 6 mil pessoas, sendo homenageadas por Sula Miranda, Cézar e Paulinho, Tinoco e Tinoquinho, entre outros.

Em sua longa carreira - até 1997, 22 LPs, 10 rpm e 3 CDs (destaque para Lembranças, pela Warner) -, tiveram vários sucessos, como o disco Olhos de Deus, pela Continental East West, que inclui a moda-de-viola Rei do gado (Teddy Vieira), o bolero Pedaço de mim (Elias Muniz), a toada Cheiro de relva (Zé Fortuna e Dino Franco) e o pagode As três maravilhas (Moacir dos Santos e Paraíso), além da faixa-título, o balanço Olhos de Deus (Fátima Leão). Fizeram sucesso ainda com o "rock-pira" Coração laçador (Carlos Puppy) e a guarânia Pedacinhos (Carlos Randall).

A dupla recebeu Disco de Ouro em 1986, com No calor dos teus abraços, lambada de Cecílio Nena e Nicéia Drummond. Em 1994 recebeu o Prêmio Sharp de melhor dupla sertaneja. CDs: Lembranças, 1992, Warner 177642-2; Olhos de Deus, 1996, Continental 063015833-2.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977. 3p.