quarta-feira, 3 de maio de 2006

Asa branca

Luiz Gonzaga
Um tema folclórico muito antigo é a origem da toada "Asa Branca" (espécie de pomba brava que foge do sertão ao pressentir sinais de seca). Luiz Gonzaga o conhecia desde a infância, através da sanfona do pai, mas achava-o simples demais para transformá-lo numa canção.

Assim, foi só para atender ao pedido de uma comadre que se dispôs a gravá-lo, levando-o antes para Humberto Teixeira dar-lhe uma "ajeitada" na letra. Então, Teixeira ajeitou-lhe também a melodia, acrescentou-lhe versos inspirados ("Quando o verde dos teus óios se espaiá na prantação") e tornou "Asa Branca" uma obra-prima.

Reconhecida e gravada internacionalmente, a canção inspirou nos anos setenta a retomada da música nordestina, em geral, e o culto a Luiz Gonzaga, em particular, por iniciativa dos baianos Caetano e Gil. Sua construção, possibilitando boas oportunidades de explorações harmônicas, tem-lhe proporcionado o aproveitamento como peça de concerto.

Asa branca (toada, 1947) - Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga

Disco 78 rpm / Título da música: Asa branca / Autoria: Gonzaga, Luiz (Compositor) / Teixeira, Humberto, 1916-1979 (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1947 / Nº Álbum 800510 / Lado B / Gênero musical: Toada

Tom: G
  
G                         C
  Quando olhei a terra ardendo
         G     D7/F#   G
Qual fogueira de São João
           G7            C
(Eu perguntei a Deus do céu, ai
           D7         G
Por quê tamanha judiação) (2x)

                      C
Que braseiro, que fornaia
        G      D7/F#  G
Nem um pé de plan-ta-ção
            G7              C
(Por farta d'água perdi meu gado
           D7           G
Morreu de sede, meu alazão) (2x)

                   C
Inté mesmo a asa branca
      G     D7/F#  G
Bateu asas do  sertão
             G7             C
(entonce eu disse, adeus Rosinha
           D7           G
Guarda contigo meu coração) (2x)

                   C
Hoje longe muitas léguas
        G     D7/F# G
Nessa triste so-li-dão
            G7           C
(Espero a chuva cair de novo
            D7            G
Pra mim voltá pro meu sertão) (2x)

                        C
Quando o verde dos teus olhos
         G       D7/F#  G
Se espalhar na plan-ta-ção
            G7               C
(Eu te asseguro, nao chores não, viu?
             D7                 G
Que eu vortarei, viu, meu coração) 2X


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

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