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quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Nora Ney


Bastaram menos de dois anos, quase vinte meses, para que a carreira de contadora fosse esquecida e a carioca (de 23 de março de 1922) Iracema de Souza Ferreira fosse coroada Rainha do Rádio, com direito a faixa, trono, fã-clube e toda a liturgia que criava o mito radiofônico no início da década de 50.


Em fins de 1951, Iracema ainda frequentadora do Sinatra-Farney Fã-Clube, onde cantava nas tardes de domingo acompanhada pelo acordeom de João Donato e o piano de Johnny Alf, dois garotinhos imberbes, foi levada para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro. Aí já sob o nome de Nora May (o Ney viria depois), estreou cantando em inglês com seu grave vozeirão.

Em 1953 já era ídolo nacional, cantando samba-canção, naturalmente em português. Contratada pela Rádio Nacional, era ouvida pelo Brasil inteiro todas as noites no famoso programa Ritmos da Panair, transmitido diretamente da boate Midnight, do Copacabana Palace Hotel. Foi aí que conheceu o cantor Jorge Goulart, seu companheiro na vida e carreira a partir de então.

Gravou Ninguém me ama (de Antônio Maria e Fernando Lobo), Menino grande (só do Maria), De cigarro em cigarro (Luiz Bonfá), com imenso sucesso e, nesse mesmo ano, foi eleita Rainha do Rádio.

Cada gravação de Nora Ney era sucesso garantido e ela foi em sequencia: Preconceito (Antônio Maria e Fernando Lobo); É tão gostoso, seu moço (Mário Lago e Chocolate); Aves daninhas (Lupicínio Rodrigues); Se eu morresse amanhã (Antônio Maria); Só louco (Dorival Caymmi); Vai Mesmo (Ataulfo Alves).

Em companhia de Jorge Goulart e outros artistas brasileiros, excursiona longamente pela Europa, Américas, África, Oriente Médio e Ásia, com amplo sucesso, transformando-se na maior divulgadora da música popular brasileira em países até então jamais visitados por artistas nacionais.

Passa por período de preconceito profissional em virtude de posições políticas, mas acaba por retomar sua carreira, cantando com o brilhantismo e calor habituais. Em 1989, faz parte do simpaticíssimo grupo As Eternas Cantoras do Rádio, dividindo o palco e emoções com as companheiras de microfones da fase áurea da radiofonia, Carmélia Alves, Violeta Cavalcanti, Zezé Gonzaga, Rosita Gonzales e Ellen de Lima.

Em 1992, depois de 39 anos de vida em comum, casou com Jorge Goulart. Concedeu esta entrevista ao programa MPB Especial, da TV Cultura de São Paulo, em 1973, aos 50 anos:

Arley Pereira - MPB ESPECIAL - 5/2/1973

"Antônio Maria começou comigo, começamos juntos, ele como compositor e eu como cantora. A primeira música que eu gravei de Antônio Maria foi Menino Grande. Ele fez para ele mesmo e queria que alguém cantasse para ele essa música, Menino Grande. Ele era muito gordo, muito simpático, uma figura engraçada.

Uma vez, eu estava trabalhando no Copacabana Palace e ele foi lá me levar uma música, Onde Anda Você?, e foi de pijama mesmo. Uma delícia, ele foi de pijama, entrou no Copacabana Palace pela entrada dos artistas. Os músicos tinham uma entrada separada. Eu era crooner. E ele foi de pijama mesmo e levou Onde Anda Você?.

O que mais posso falar de Antônio Maria? Amou muito, viveu muito, sofreu muito. Era um sátiro também, maravilhoso e era um grande amigo, o bom Maria, como o chamavam. Vou cantar um outro número do Maria, de parceria com Fernando Lobo. Aliás, Ninguém Me Ama também é parceria com Fernando Lobo".

Nora Ney faleceu em 27/10/2003. Aos 81 anos de idade, a carioca Iracema de Souza Ferreira morreu de falência múltipla dos órgãos (em decorrência de um enfisema pulmonar), no Hospital Samaritano, no mesmo Rio de Janeiro onde nasceu em 1922.


Fontes: Autores e Intérpretes - SESC-SP; Clique Music - Acontecendo.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Jorge Goulart

Jorge Goulart, nome artístico de Jorge Neves Bastos, nasceu em vila Isabel, na Rua Araripe Junior, cidade do Rio de Janeiro, em 16.1.1926, filho do conhecido jornalista Iberê Bastos e de Arlete Neves Bastos, cantora, que ao casar-se deixou de cantar.

É neto do Visconde de Niterói e fez o curso ginasial no Colégio Pedro II, onde começou sua participação política. Decidiu-se nessa época pela carreira artística.

Desde garotinho vinha cantando. Nessa fase, no programa Escada de Jacó, do Prof. Zé Bacurau, ganhou o 1º prêmio. Começou antes dos 18 anos, aumentando por isso a idade, em circos e dancings.

Através do pai, que escrevia sobre o mundo dos espetáculos, teve contato com os nomes em evidência. Conheceu, em 1943, o compositor Custódio Mesquita e passou a divulgar com exclusividade suas músicas. Conheceria também o cantor João Petra de Barros e por ele seria levado à Rádio Tupi. É quando passa a adotar o Goulart, por sugestão da atriz Heloísa Helena, tirado de um fortificante, o Elixir de Inhame Goulart, bem de acordo com sua voz possante.

Entre as músicas de Custódio que divulgava, estava o samba Saia do caminho, em parceria com Evaldo Rui, que gravaria, em 1945, na RCA-Victor, mas não chegou a ser lançada. Custódio faleceu e Evaldo preferiu destiná-la a Araci de Almeida, com alterações pequenas na letra para que pudesse ser cantado por mulher.

Devido a compromisso com a gravadora, lançaria, nesse ano, dois discos, que foram fracasso de vendas, não devido à qualidade das músicas ou deficiência do acompanhamento: A Volta / Paciência / Coração e Nem Tudo É Possível / Feliz Ilusão. É que, sem nenhuma necessidade, fez um decalque absoluto de Nelson Gonçalves, que também era da RCA-Victor.

Durante quatro anos ficou longe do disco. Se a atuação nas rádios (Tupi, Globo, Tamoio) não rendia muito, no espetáculo Um Milhão de Mulheres, no Teatro Carlos Gomes, durante dois anos, foi figura destacada e com rendimentos muitas vezes superiores. Findo o mesmo, voltaria às casas noturnas, até ser levado pelo compositor Wilson Batista a gravar duas músicas dele na Continental, para o carnaval de 1950: Miss Mangueira (com Antônio Almeida) e Balzaquiana (Com Nássara), esta uma marcha que o Brasil inteiro cantou e foi 2º lugar, na categoria, no concurso oficial de músicas carnavalescas.

Daí em diante, torna-se rapidamente um grande astro. Realiza um de seus sonhos, atuar no cinema, quando participa do filme Também Somos Irmãos, da Atlântica, dirigido por José Carlos Burle. É contratado pela Rádio Nacional e atua em grande número de filmes musicais: Carnaval no Fogo (1949), Não É Nada Disso (1950), Aviso Aos Navegantes (1951), Tudo Azul (1952) e muitos outros.

No disco marca êxitos memoráveis: Mundo de zinco, Cais do porto, Samba fantástico, Laura, Cabeleira do Zezé, A voz do morro, e inclusive versões, Dominó, Jezebel, Smile. É eleito o Rei do Rádio de 1952.

Em 1958, a convite do presidente Juscelino Kubitschek, acompanhado de Nora Ney e outros artistas, organizou uma caravana artística com a finalidade de preparar a reaproximação com a U.R.S.S. e a China Popular. Os resultados são excelentes, tanto que nos dez anos seguintes retornariam seguidamente aos países socialistas, aí gravam vários LPs, bem como estenderiam suas excursões à Bélgica, Áustria, França, Portugal e África.

Foi um longo e importante trabalho de divulgação da música brasileira, com a preocupação em muitas ocasiões, de levar outros cantores, instrumentistas, dançarinas e passistas. Colaborou por seis anos com o Império Serrano. Puxava seus sambas só com o megafone, dispensando quaisquer pagamentos em favor da mesma e contribuindo para a divulgação dos compositores do morro. Fez o mesmo na Imperatriz Leopoldinense e na Unidos de Vila Isabel.

Por causa de sua participação no Sindicato dos Radialistas, foi impedido, pelo movimento de 1964, de continuar na Rádio Nacional, tendo a única saída de atuar no exterior: Portugal, Israel e outros países da Europa.

Em 1983 teve de extrair a laringe. Ficou curado, mas sem "seu instrumento de trabalho". Chegava ao fim sua notável carreira. Ficaram, porém, os discos para perenizar sua arte. Casou-se muito jovem, com 18 anos, e teve uma filha, Maria Célia. Já estava desquitado, quando conheceu Nora Ney no camarim do Copacabana Palace Hotel, numa data que não esquece: 1º. 5.1952.

Nora Ney, já estrela ascendente, vivia tumultuada separação de seu marido, que repercutia na imprensa, por causa do inconformismo e das concretas ameaças do mesmo. Nora tinha dois filhos, Hélio e Vera Lúcia, mais tarde eleita Miss Brasil, em 1963.

Um casamento perfeito, que viriam a formalizar, no civil e no religioso, em 1992, na Igreja Presbiteriana Unida, conforme o convite, "consagrando 39 anos de longa e feliz união". Jorge Goulart conta que um dos segredos está em dormir em camas e quartos separados. Assim de manhã os dois "estão sempre bonitos".

(Abel Cardoso Junior)

Algumas músicas












Fonte: Revivendo Músicas - Biografias.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Aves daninhas

Lupicínio Rodrigues
Aves daninhas (samba-canção, 1954) - Lupicínio Rodrigues

Disco 78 rpm / Título: Aves daninhas / Autoria: Rodrigues, Lupicínio, 1914-1974 (Compositor) / Nora Ney, 1922-2003 (Intérprete) / Gnattali, Alexandre (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1953-1954 / Nº Álbum 16942 / Lado A / Lançamento: 1954 / Gênero musical: Samba canção

Tom: C
Intro: Gm/Bb A7 D7 Am7 D7 F/G G7 

         C7M   Ebdim      Dm6 
Eu não quero falar com ninguém 
      G7                 C7M 
Eu prefiro ir pra casa dormir 
      G/A       A7/9       D7 
Se eu vou conversar com alguém 
       Am7      D7       F/G  G7/9 
As perguntas se vão repetir 
       C7M        Ebdim        Dm6 
Quando eu estou em paz com meu bem 
    G7                  C7M 
Ninguém por ele vem perguntar 
      Em5-/7       A7      Dm 
Mas sabendo que andamos brigados  
F/G                  G7/9    C 
Esses malvados querem me torturar 
       Bm5-/7   E7/9-   Am7 
Se eu vou a uma festa sozinho 
     Dm7        G7        C7M  A7 
Procurando esquecer o meu bem 
       Dm7   F/G       C7M 
Nunca falta um  engraçadinho 
       Am7       D7/9     G7 
Perguntando: ela hoje não vem 
         Bm5-/7     E7/9-        Am7 
Já não chegam essas mágoas tão minhas 
     Dm7      G7     C7M   A7/9- 
A chorar nossa separação 
       Dm7      F/G      C7M Am7 
Ainda vem essas aves daninhas 
     D7      G7      C6 
Beliscando o meu coração 

Instrumental solo: 

C7M Ebdim Dm6 G7 C7M G/A A7/9 D7 Am7 D7 F/G G7/9 
C7M Ebdim Dm6 G7 C7M Em5-/7 A7 Dm F/G G7/9 C 

       Bm5-/7   E7/9-   Am7 
Se eu vou a uma festa sozinho 
     Dm7        G7        C7M  A7 
Procurando esquecer o meu bem 
       Dm7   F/G       C7M 
Nunca falta um  engraçadinho 
       Am7       D7/9     G7 
Perguntando: ela hoje não vem 
         Bm5-/7     E7/9-        Am7 
Já não chegam essas mágoas tão minhas 
     Dm7      G7     C7M   A7/9- 
A chorar nossa separação 
       Dm7      F/G      C7M Am7 
Ainda vem essas aves daninhas 
     D7      G7      C6 
Beliscando o meu coração

É tão gostoso, seu moço

Nora Ney
É tão gostoso, seu moço (samba-choro, 1953) - Mário Lago e Chocolate

Disco 78 rpm / Título: É tão gostoso seu moço / Autoria: Chocolate (Compositor) / Lago, Mário, 1911-2001 (Compositor) / Nora Ney, 1922-2003 (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Gnattali, Radamés (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1953 / Nº Álbum 16787 / Lado B / Gênero: Samba-choro


G -------------------------------------------------Am
É tão gostoso, seu moço / A gente ter um querer
--------------------------------D7------------------------ G
Que entenda a gente de longe / Sem nada a gente dizer
----------------------------C -------------------G -------------Am---- D7
A gente mexe com os olhos / Faz com os olhos que está bem

G---------------------------------------- Cm---- D7----- G
É tão gostoso , seu moço / Mas pra mim, cadê que tem
---------C----------- Gbm----- Dm------------- E7
De noite não vi na rua / De dia também não vi
------------Am ---------D7 -------G------------- G7
Perguntei ao sol e a lua / Disseram: está por aí

--------C -----------------Gbm --------Dm---------------- E7--- Am--- D7
Procurei de porta em porta / Ninguém me disse, ninguém
G----------------------- E7 -------------Cm--- D7------ G
É tão gostoso, seu moço / Mas pra mim, cadê que tem

segunda-feira, 8 de maio de 2006

De cigarro em cigarro

De cigarro em cigarro (samba-canção, 1953) - Luiz Bonfá - Intérprete: Nora Ney

Disco 78 rpm / Título da música: De cigarro em cigarro / Bonfá, Luiz, 1922- (Compositor) / Ney, Nora, 1922-2003 (Intérprete) / Cópia (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1953 / Nº Álbum: 16726 / Gênero musical: Samba canção.



Am -----F------- Am -------------F --------Am
Vivo só, sem você / E não posso esquecer
--------Am/C ------Dm -----A7 -----Dm
Um momento sequer
----------Dm/C ----E7 -------F ----------E7
Vivo pobre de amor / À espera de alguém
-------------------------Am----- E7 -----Am
Esse alguém não me quer

-----------Bb7 ------A7 -----Em7/-5 -----A7
Vejo o tempo passar / E o inverno chegar
------------------Dm------ A7
Só não vejo você
Dm------------ G7 -----------C------- Am------ E7
Se outro alguém em meu quarto bater
------------------Am------ E7/5+ ------Am
Eu não vou atender

-----------G7------ C----------- Am------ Dm
Muitas noites perdi / Muitas noites passei
----------G7 -------C --------G7
Sem poder esquecer
C --------------------B7
De cigarro em cigarro olhando a fumaça
----------------E7----- F----- E7
No ar se perder