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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Sambolândia

Quatro Ases e Um Coringa - 1947

Sambolândia
(samba, 1947) - Pedro Caetano - Interpretação: Quatro Ases e um Coringa

Disco 78 rpm / Título da música: Sambolândia / Pedro Caetano (Compositor) / Quatro Ases e Um Coringa (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Gravação: 17/03/1947 / Lançamento: 05/1947 / Nº do Álbum: 12779 / Nº da Matriz: 8197 / Gênero musical: Samba / Coleção de origem: Nirez



"Sambolândia... simbologia
Quebra a minha nega
Quebra pra mostrar
Que o morro move
De tanto sambar..."



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

sábado, 3 de maio de 2008

Sá Mariquinha

4 Ases e 1 Coringa
Sá Mariquinha (rancheira, 1947) - Luís Assunção e Evenor Pontes - Interpretação: Quatro Ases e Um Coringa Disco 78 rpm / Título da música: Sá Mariquinha / Evenor Pontes (Compositor) / Luiz Assunção (Compositor) / Quatro Ases e Um Coringa (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Gravação: 18/04/1947 / Lançamento: 07/1947 / Nº do Álbum: 12784 / Nº da Matriz: 8212 / Gênero musical: Rancheira / Coleções de origem: IMS, Nirez


A saudade que se guarda
Das coisas da vida
Que a gente gozou
Pode inté arrelembrar
Tanta coisa véia
Que já se passou.

Quanto mais passado o tempo,
Mais amor me lembro,
Mais saudade tenho.
Mó de a gente recordar
Os amor querido
Que a gente que tem.

Sá Mariquinha
Maroquinha tinha
Sua véia casinha
Dos tempo de amor
E a ventania
De riba da serra
Pegou com a casinha
E escangaiou.

Ai, ai!
Sá Mariquinha, isso não é brinquedo
Me diga se saudade mata,
Se saudade mata
Eu já tô com medo!
(bis)

Minha pobre Mariquinha
Em sua casinha tinha
Um pé de jatobá
Onde a sabiá sobia
Toda tarde vinha
Pra mó de cantar.

E o riacho lá da serra
Que vinha por terra
Arrodeando a porta.
Ah, quanta saudade morta!
Ninguém dá jeito,
O jeito é calar.



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O periquito da madame

O periquito da madame (marcha-carnaval, 1947) - Nestor de Holanda, Carvalhinho e Afonso Teixeira - Intérprete: 4 Ases e Um Coringa

Disco 78 rpm / Título da música: O periquito da madame / Afonso Teixeira (Compositor) / Carvalhinho (Compositor) / Nestor de Holanda (Compositor) / Quatro Ases e Um Coringa (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Gravação: 09/07/1946 / Lançamento: 11/1946 / Nº do Álbum: 12735 / Nº da Matriz: 8070 / Gênero musical: Marcha / Coleções de origem: IMS, Nirez


O periquito da madame come milho,
Come arroz,
Come feijão,
Mas quase sempre,
O periquito da madame, coitadinho,
Sofre indigestão!


Eu trato bem
O periquito da madame,
Tenho cuidado com a sua refeição.
Não compreendo por que é
Que o tal bichinho,
Coitadinho,
Sofre indigestão!



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Trem de ferro (Trenzinho)

Trem de ferro (Trenzinho) (marcha, 1943) - Lauro Maia - Intérprete: Quatro Ases e um Coringa

Disco 78 rpm / Título: Trem de ferro / Autoria: Maia, Lauro (Compositor) / Quatro Ases e Um Coringa (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Gravação: 03/08/1943 / Lançamento: 09/1943 / Nº do Álbum: 12355 / Nº da Matriz: 7350 / Gênero: Marcha


O trem blim blão, blim blão
Vai saindo da estação
E eu deixo o meu coração
Com pouco mais,
Com pouco mais, com pouco mais
Lá na gare o meu bem
Acenando com o lenço
Bandeira da saudade
Muito além.

Acelera a marcha
O trem pelo sertão
Eu só levo saudade
No meu coração
Lá na curva o trem apita
Desce a serra
A saudade me aumenta
Uma coisa me atormenta
Vem falar do meu amor...



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Quatro Ases e um Coringa

Quatro Ases e um Coringa - Grupo carioca formado no Rio de Janeiro na década de 40 por três irmãos (Evenor, José e Permínio Pontes de Medeiros) e um amigo André Batista Vieira). Inicialmente um quarteto, adotaram o nome Quatro Ases e Um Coringa com a entrada do último elemento, Pijuca.

Trabalharam nas maiores emissoras de rádio da época (Mayrink Veiga, Nacional, Tupi) ao lado de figuras como Fernando Lobo e César Ladeira. Tornaram-se, ao lado dos Anjos do Inferno, um dos conjuntos vocais mais populares da década de 40.

Gravaram o primeiro disco em 1941, e depois disso realizaram diversas gravações, principalmente de marchas de carnaval. Foram do elenco do Cassino Copacabana. Por volta de 1952 alguns integrantes da formação original saíram, e foram substituídos por outros cantores (Jorge, Nilo Falcão e Miltinho) até a dissolução final, em 1957.

Os maiores sucessos do grupo foram na década de 40: Viva quem tem bigode (David Nasser e Rubens Soares), No Ceará é assim (Carlos Barroso), Trem de ferro (Trenzinho) (Lauro Maia), Baião (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), Onde estão os tamborins (Pedro Caetano), Cabelos brancos (Herivelto Martins e Marino Pinto), Baião de Dois (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).


terça-feira, 15 de agosto de 2006

O dinheiro que ganho

Assis Valente
O Dinheiro Que Ganho (samba, 1951) - Assis Valente - Intérprete: Quatro Ases e Um Coringa

Disco 78 rpm / Título da música: O Dinheiro Que Ganho / Valente, Assis (Compositor) / Quatro Ases e Um Coringa (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, Julho/1951 / Nº Álbum 800791 / Lado B / Gênero musical: Samba.



O dinheiro que ganho
Não dá pra ficar no meio da rua
Pra cá e pra lá, pra lá e pra cá
O dinheiro que ganho só dá pra viver
No meu barracão, sentado no chão
Comendo de mão farinha, feijão
Olhando a cabrocha mexendo o legume
Pra não azedar


O dinheiro que ganho...

Se fico na rua lá vem um amigo
E eu sou obrigado a lhe convidar
Tomar um traguinho, bater um papinho
Dar uma voltinha pro tempo passar
Depois do passeio, lá vem o jantar
E também o café
Lá se vai meu dinheiro
E eu vou pro Salgueiro a pé
Meu dinheiro não dá

O dinheiro que ganho ...

Se fico na rua lá vem um amigo ...

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Derramaro o gai

Quatro Ases e um Coringa (1950)
Derramaro o Gai (coco, 1950) - Luiz Gonzaga e Zé Dantas - Interpretação: Quatro Ases e um Coringa

Disco 78 rpm / Título da música: Derramaro o gai / Gonzaga, Luiz (Compositor) / Dantas, Zé (Compositor) / Quatro Ases e um Coringa (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor Ano: 1950 / Nº Álbum: 800671 / Lado A / Gênero musical: Coco.


Tom: G  
 
G        Am 
Eu nesse coco num vadeio mais 
              D7                G 
Apagaro o candeeiro, derramaro o gáis (côro) (4x) 

              C                  G 
Apagaro o candeeiro, derramaro o gáis 
                 D7                   G 
Coisa boa nesse escuro já sei que num sai 
                      C                    G 
Já não tão mais respeitando nem eu que sou pai 
                     D7                   G 
Pois me deram um beliscão quase a carça cai 
                 C                  G 
Começando desse jeito num sei pronde vai 
               D7              G 
Por isso nesse coco num vadeio mais 
Eu nesse coco num vadeio mais... 
  
                 C                   G 
No escuro desse jeito ninguém se distrai 
                   D7                  G 
Pai de moça nessa festa só vai ter trabái 
                  C                 G 
Seu Zé Chico nesse côco e Isabé num cai 
                  D7                G 
O seu noivo tá querendo mas eu sou o pai 
                C                   G 
Ou acende um candeeiro bem cheim de gáis 
            D7               G 
Ou ela nesse coco num vadeia mais 

Eu nesse coco num vadeio mais... 

                    C                      G 
Sazefinha entrou no coco com a gente e num sai 
                    D7                 G 
Pois ficou que nem badalo dentro do chocái 
               C                   G 
Levou tanta imbigada que caiu pra trái 
             D7               G 
Saiu andando manca que nem papagái 
                 C                   G 
Seu marido foi falar mas levou cinco talhos 

               D7              G 
Por isso nesse coco num vadeio mais 

Eu nesse coco num vadeio mais...

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Marcha do caracol

Grande sucesso no carnaval de 1951, interpretada pelo grupo Quatro Ases e Um Coringa e gravada em disco RCA, a "Marcha do Caracol" ataca em cheio o problema da crise de habitações e faz, nas "entrelinhas" uma charge com os adeptos das residências pré-fabricadas (Revista do Rádio, 1951).

Marcha do Caracol (marcha/carnaval, 1951) - Peterpan e Afonso Teixeira - Interpretação: 4 Ases e 1 Coringa

Disco 78 rpm / Título da música: Marcha do caracol / Afonso Teixeira (Compositor) / Peterpan, 1911-1983 (Compositor) / 4 Ases e 1 Coringa (Intérprete) / Regional (Acomp.) / Gravadora: RCA Victor / Gravação: 04/10/1950 / Lançamento: 12/1950 / Nº do álbum: 80-0728 / Nº da matriz: S-092771 / Gênero musical: Marcha


Há quanto tempo
Eu não tenho onde morar
Se é chuva, apanho chuva

Se é sol, apanho sol
Francamente

Pra viver nessa agonia
Eu preferia

Ter nascido caracol

Levava minha casa
Nas costas muito bem
Não pagava aluguel

Nem luvas a ninguém
Morava um dia aqui

O outro acolá
Leblon, Copacabana

Madureira ou Irajá


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Boneca de pano

Assis Valente
Boneca de pano (samba, 1935) - Assis Valente - Interpretação: Quatro Ases e Um Coringa

Disco 78 rpm / Título da música: Boneca de pano / Assis Valente (Compositor) / Quatro Ases e Um Coringa (Intérprete) / Regional (Acomp.) / Gravadora: RCA Victor / Gravação: 10/07/1950 / Lançamento: 09/1950 / Nº do álbum: 80-0693 / Nº da matriz: S-092712 / Gênero musical: Samba

E7        Am
Boneca de pano
    E7           Am
Gingando, num cabaré
   A7                      Dm
Poderia ser bonequinha de louça
    E7
Tão moça
      Am
Mas não é         (bis)
    A            Gbm         Dbm
Um dia alguém a chamou de boneca
    D        Eb°         A       A7
E ela sendo mulher acreditou
  Dm
O tempo foi se passando
  Am
E ela se desmanchando
                    F7             E7      A7
Hoje quem olha pra ela não diz quem é
  Dm             Dm6
Em vez de boneca de louça
    Am          
Hoje é boneca de pano
       F7   E7     Am
Em um sombrio cabaré


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Baião de Dois

Baião de Dois (baião, 1950) - Luiz Gonzaga e Humberto teixeira - Interpretação: Quatro Ases e um Coringa

Disco 78 rpm / Título da música: Baião de dois / Humberto Teixeira, 1916-1979 (Compositor) / Luiz Gonzaga (Compositor) / Quatro Ases e Um Coringa (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Gravação: 10/07/1950 / Lançamento: 10/1950 / Nº do álbum: 80-0698 / Nº da matriz: S-092731 / Gênero musical: Baião


Abdom que moda é essa
Deixa quente a colher?
Homem não vai na cozinha

Que é lugar só de mulher

Vou juntar feijão de corda

Numa panela de arroz
Abdom vai já pra sala

Que hoje tem baião de dois

Ai, ai, ai

Ai baião que bom tu sois
O baião é bom sozinho

Que dirá baião de dois


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Cabelos brancos

Herivelto Martins
Lançado para o carnaval de 49, "Cabelos Brancos" acabou por se consagrar como um clássico de meio-de-ano. Isso aconteceu, principalmente, em razão da tristeza de sua melodia e do sentimentalismo exagerado de sua letra, bem mais adequados à forma do samba-canção. Na verdade, esta composição é mais um exemplar da série de sambas que Herivelto Martins fez ao final dos anos quarenta, cuja tônica é sempre uma chorada dor-de-cotovelo - "Não falem dessa mulher perto de mim / Não falem pra não aumentar minha dor...".

Gravado inicialmente pelos Quatro Ases e um Coringa, "Cabelos Brancos" tem outros intérpretes como Nelson Gonçalves, Sílvio Caldas, Roberto Silva, etc.

Cabelos brancos (samba, 1949) - Marino Pinto e Herivelto Martins - Interpretação: Quatro Ases e Um Coringa

Disco 78 rpm / Título da música: Cabelos brancos / Herivelto Martins (Compositor) / Marino Pinto (Compositor) / Quatro Ases e um Coringa (Intérprete) / Geraldo Medeiros e Seu Conjunto (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 30/11/1948 / Lançamento: 01/1949 / Nº do Álbum: 12909 / Nº da Matriz: 8460 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: IMS, Nirez


----------Em--------- Gb7--- B7----- Em
Não falem desta mulher perto de mim
----------Dm7------------ G7--------- C
Não falem pra não lembrar minha dor
-----------B7 ------------------Em
Já fui moço, já gozei a mocidade
-------------------Gb7 -----C7 ----B7
Se me lembro dela me dá saudade
-------Am ------------B7 ----------Em ----Em/D
Por ela vivo aos trancos e barrancos
----------------------C7
Respeitem ao menos
--------B7 -------------Em
os meus cabelos brancos

Gbm7/-5------------ B7 ----------Em
Ninguém viveu a vida que eu vivi
---------E7------------------------- Am
Ninguém sofre na vida o que eu sofri
-------------------B7
As lágrimas sentidas,
--------Em ----------Em/D
os meus sorrisos francos
--------Gb7
Refletem-se hoje em dia
---------C7 ------------B7 ------E7
nos meus cabelos brancos

--------Am----------- C/D----------- G7
E agora, em homenagem ao meu fim
Gbm7/-5 --------------B7------------ Em
Não falem desta mulher perto de mim



Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

É com esse que eu vou

Foi numa viagem de trem, de Vitória para Belo Horizonte, que Pedro Caetano fez "É Com Esse Que Eu Vou". "A viagem era longa e o trem moroso demais", conta o autor, "então, para matar o tempo, comecei a compor um samba, sem maiores pretensões. Imaginei um bloco querendo fazer uma música animada para pular no carnaval. Quando a viagem terminou o samba estava pronto".

Gravado pelos Quatro Ases e um Coringa em 1948 (1), este animadíssimo samba receberia 25 anos depois uma revisita de Elis Regina, num arranjo de concepção totalmente diferente do original, que incluía alterações de divisão, andamento e harmonia.

É com esse que eu vou (samba/carnaval, 1948) - Pedro Caetano - Interpretação: Quatro Ases e Um Coringa

Disco 78 rpm / Título da música: É com esse que eu vou / Pedro Caetano (Compositor) / Quatro Ases e um Coringa (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Gravação: 08/09/1947 / Lançamento: 11/1947 / Nº do Álbum: 12812 / Nº da Matriz: 8268 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: IMS, Nirez

D7+/9
É com esse que eu vou 
        C7/9       D7+/9 B5+/7
sambar até cair no chão
                 Em7/9             
É com esse que eu vou 
    B5+/7        Em7/9   Em7/9/D
desabafar na multidão
C#º                         
Se ninguém se animar 
          F#5+/7       C7/13  B7/13 B5+/7
eu vou quebrar meu tamborim
                 Em7/9   A7/13    D7+/9   C7/9
Mas se a turma gostar vai ser pra mim
                   Bm         Am6        G#º G7+ 
É com esse que eu vou sambar até cair no chão
                  Em7/9    B5+/7       Em7/9 Em7/9/D
É com esse que eu vou desabafar na multidão
                 C#º          F#5+/7     C7/13 B7/13
Se ninguém se animar eu vou quebrar meu tamborim
       B5+/7     Em7/9    A7/13   D7+/9   D6/9
Mas se a turma gostar vai ser pra mim
      G/A                   D/A
Quero ver o ronca-ronca da cuíca
      G#5-/7       G7+      A/G        F#m   F#°
Gente pobre, gente rica, deputado, senador
       G7+                C7/9        
Quebra-quebra que eu quero ver 
             F#7/13 F#5+/7
uma cabrocha boa
    F#m7    B7/9-     E7/9   A7/13        
No piano     da    patroa, batucando, 
                  Am7 D7/9
é com esse que eu vou
             G7+                C7/9  
Mas  quebra-quebra que eu quero ver 
              F#7/13  F#5+/7
muita cabrocha boa
    F#m7    B7/9-   E7/9    D#7/9+
No piano     da    patroa,           
                 D7+/9
É com esse que eu vou

(1) A data da gravação - 1948 - difere do IMS que relata data da gravação Odeon 1947 e lançamento no mesmo ano.

Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Onde estão os tamborins

Era véspera do carnaval de 46 e Mangueira estava quieta, às escuras, sem sinal de animação. Esta cena motivou Pedro Caetano a fazer "Onde Estão os Tamborins", samba em que reclamava do marasmo que a escola atravessava na ocasião, vivendo somente de glórias passadas. E reclamava também da ausência dos sambas de Cartola, na época sumido do morro. Lançado um ano depois, pelos Quatro Ases e um Coringa, "Onde Estão os Tamborins" seria o grande samba do carnaval de 47.

Onde Estão os Tamborins (samba/carnaval, 1947) - Pedro Caetano - Interpretação: Quatro Ases e Um Coringa

Disco 78 rpm / Título da música: Onde estão os tamborins? / Pedro Caetano (Compositor) / Quatro Ases e um Coringa (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Gravação: 09/07/1946 / Lançamento: 11/1946 / Nº do Álbum: 12735 / Nº da Matriz: 8069 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: IMS, Nirez

Tom: Bb

Introd.: Bb G7 Cm F7 Bb

    Cm        F
Mangueira
              F7          Bb           Eb
Onde é que estão os tamborins, ó nega
Bb       Gm7         Cm              F7
Viver somente de cartaz não chega
                       Bb
Põe as pastoras na avenida,
     Bb 
Mangueira querida!   (bis)

   Cm7         F7           Dm
Antigamente havia grande escola
         G7          Cm7
Lindos sambas de Cartola
      F7           Bb
Um Sucesso de Mangueira
     Fm7      Bb7         Eb     
Mas hoje o silêncio é profundo
       Gm7         Fm7
E por nada neste mundo
       Bb7            Eb
Eu consigo ouvir Mangueira! 


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Dezessete e setecentos

Quatro Ases e um Coringa

Dezessete e setecentos (calango, 1947) - Luiz Gonzaga e Miguel Lima - Intérprete: Manezinho Araújo

Disco 78 rpm / Título da música: Dezessete e setecentos... / Luiz Gonzaga (Compositor) / Miguel Lima (Compositor) / Manezinho Araújo, 1910-1993 (Intérprete) / Benedito Lacerda [1903-1958] e Seu Conjunto (Acomp.) / Gravadora: Continental / Gravação: 12/02/1945 / Lançamento: 03/1945 / Nº do Álbum: 15302 / Nº da Matriz: 911-1 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: IMS, Nirez



Disco 78 rpm / Título da música: Dezessete e setecentos / Luiz Gonzaga (Compositor) / Miguel Lima (Compositor) / Quatro Ases e um Coringa (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Gravação: 18/04/1947 / Lançamento: 07/1947 / Nº do Álbum: 12784 / Nº da Matriz: 8213 / Gênero musical: Calango

A                    Bm7                     A
Eu lhe dei vinte mil réis pra pagar três e trezentos
                  Bm7                  A
Você tem que me voltar dezessete e setecentos
Sou diplomado, frequentei a academia
              A#°                Bm7
Conheço geografia, sei até multiplicar
           D          D#°            A
Dei vinte mango para pagar três e trezentos
     F#7        Em7          E           A
Dezessete e setecentos você tem que me voltar
                         Bm7                       A
Mas eu lhe dei vinte mil réis pra pagar três e trezentos
                E                   A
Você tem que voltar dezessete e setecentos
Eu acho bom você tirar os nove fora
                    A#°                      Bm7
Evitar que eu vá embora e deixe a conta sem pagar
           D              D#°        A
Eu já lhe disse que essa droga tá errada
      F#7       Bm7           E             A
Vou buscar a tabuada e volto aqui pra lhe provar


Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Baião

Luiz Gonzaga
O ciclo do baião, a música que melhor enfrentou a invasão do bolero ao final dos anos quarenta, começou com o lançamento desta composição, em outubro de 1946. Conscientes do potencial até então pouco explorado da música nordestina, seus autores, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, são os estilizadores que tornaram o gênero assimilável ao gosto do público urbano.

Como peça abre-alas, "Baião" apresenta o ritmo, com forte ênfase na síncope do segundo tempo, e ensina como dançá-lo, ao mesmo tempo em que convida o ouvinte a aderir à novidade. Tudo isso sobre uma melodia cheia de sétimas menores, semelhante às cantigas de cantadores do Nordeste.

A bemolização da sétima nota do acorde representaria o devaneio de um possível elo entre o baião e o blues, mas na verdade remete ao ancestral mouro da música nordestina. A nostalgia, a possibilidade de improviso, a tendência constante de caminhar em busca da tônica e de bemolizar a terça, a quinta e a sétima, estão presentes nos blues, nas cantigas nordestinas e no canto da Andaluzia.

Baião (baião, 1946) - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira - Interpretação: Quatro Ases e um Coringa

Disco 78 rpm / Título da música: Baião / Humberto Teixeira, 1916-1979 (Compositor) / Luiz Gonzaga (Compositor) / Quatro Ases e um Coringa (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Gravação: 22/05/1946 / Lançamento: 10/1946 / Nº do Álbum: 12724 / Nº da Matriz: 8046 / Gênero musical: Baião / Coleções de origem: IMS, Nirez

Tom: C
                    
C7
Eu vou mostrar pra vocês

Como se dança o baião

E quem quiser aprender
                    F7
É favor prestar atenção

Morena chega pra cá

Bem junto ao meu coração
                 D7
Agora é só me seguir
               G7       C
Pois eu vou dançar o baião
                 F7
Eu já dancei balancê

Xamego, samba e xerém

Mas o baião tem um quê

Que as outras dancas não têm

Oi quem quiser é só dizer
                   D7
Pois eu com satisfação
                        C
Vou dançar cantando o baião
                  F7
Eu já cantei no Pará

Toquei sanfona em Belém

Cantei lá no Ceará

E sei o que me convém

Por isso eu quero afirmar
               D7
Com toda convicção
               G7     C
Que sou doido pelo baião 


Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

terça-feira, 2 de maio de 2006

Terra seca

Numa entrevista à Revista da Música Popular, em 1954, Ary Barroso apontou "Terra Seca" como sua música predileta, entre as tantas que havia feito. Com uma melodia elaborada, bem adequada a vozes de registro grave, a canção aborda o drama do trabalho do negro escravo no Brasil:

"O nego tá moiado de suó / trabaia, trabaia, trabaia nego... / a mão do nego tá que é calo só / trabaia, trabaia, trabaia nego...". Embora, com o passar do tempo, alguns tenham-na considerado conformista, com o personagem numa postura submissa, "Terra Seca" permanece como um clássico.

Terra Seca (samba, 1943) - Ary Barroso - Intérpretes: Quatro Ases e Um Coringa (1943) e Déo (1944)

Disco 78 rpm / Título da música: Terra seca / Ary Barroso (Compositor) / Quatro Ases e Um Coringa (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Gravação: 20/09/1943 / Lançamento: 11/1943 / Nº do Álbum: 12375 / Nº da Matriz: 7387 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: IMS, Nirez



Disco 78 rpm / Título da música: Terra seca (1ª parte) / Ary Barroso (Compositor) / Coro do Apiacás (Intérprete) / Déo (Intérprete) / Napoleão e Seus Soldados Musicais (Acomp.) / Gravadora: Continental / Gravação: 1944 / Lançamento: 06/1944 / Nº do Álbum: 15179 / Nº da Matriz: 842-1 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi, IMS D



Disco 78 rpm / Título da música: Terra seca (2ª parte) / Ary Barroso (Compositor) / Coro do Apiacás (Intérprete) / Déo (Intérprete) / Napoleão e Seus Soldados Musicais (Acomp.) / Gravadora: Continental / Gravação: 1944 / Lançamento: 06/1944 / Nº do Álbum: 15179 / Nº da Matriz: 843-1 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi, IMS D

Primeira Parte:

  Am            D7     Am
O nêgo tá, moiado de suó
  Ab5+       C     Am6       Ab5+      C      Am6
Trabáia, trabáia, nêgo  /  Trábaia, trabáia nêgo
     Dm           Gm6        A7       Dm
As mãos do nêgo tá que é calo só
  Db5+     F      Dm6  Dm     Db5+       F       Dm6  Dm
Trabáia, trabáia nêgo  /       Trabáia, trabáia, nêgo
D7          G7                           [ C ]
Ai “meu sinhô”nêgo tá véio    /   Não agüenta !
[C  ]                  F         E7   Am
Essa terra tão dura, tão seca, poeirenta... 
Ab5+     C     Am6        Ab5+       C     Am6
Trabáia, trabáia nêgo   /  Trabáia, trabáia, nêgo
Am            D7         Am
O nêgo pede licença prá falá
   Ab5+     C      Am6
Trabáia, trabáia, nêgo
 Am    Am/C      Bm7  E7       Dm7 Bm7 E7
O nêgo não pode mais trabaiá

Segunda Parte:

  A       Gb7   Bm7   E7    A  Dm7  Bm7  E7
Quando o nêgo chegou por aqui
  A       Gb7      Bm7    E7     A  G7  Gb7
Era mais vivo e ligeiro que o saci
  Bm                    Gb7                       Bm
Varava estes rios, estas matas, estes campos sem fim
  B7                                       E7   E5+
Nêgo era moço, e a vida, um brinquedo prá mim
 A              Dbm
Mas o tempo passou
         Gb7          Bm
Essa terra secou ...ô ô
       Dm                         E7
A velhice chegou e o brinquedo quebrou ....
   A7                                    D7+
Sinhô, nêgo véio tem pena de têr-se acabado 
    [B7]                      E7       A   Gb7 B7 E7 [A]
Sinhô, nêgo véio carrega este corpo cansado
[Dm]  [A]
ô ô


Fontes: A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34; Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.